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Governo da Rússia se diz 'aberto' a dialogar sobre Ucrânia

Moscou, porém, aumenta presença militar na Crimeia; Kerry diz que anexação freia diplomacia, e Obama telefona para seis líderes

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo da Rússia disse ontem estar aberto ao diálogo com o Ocidente sobre a Ucrânia, mas sob a condição de que a comunidade internacional deixe de ver Moscou como parte do problema.

"Estamos dispostos a conversar (com o Ocidente), desde que seja um diálogo justo, como parceiros, sem que haja tentativas de nos apresentar como envolvidos no conflito", afirmou o chanceler russo, Sergei Lavrov.

O ministro se referia à reação dos EUA e da União Europeia à intervenção militar na península da Crimeia, uma região autônoma que pertence à Ucrânia, mas é habitada por uma maioria de etnia russa. Moscou diz que as tropas presentes na Crimeia são grupos que se identificam com a Rússia, mas não respondem ao governo russo.

O Parlamento local marcou para dia 16 um referendo para decidir se a Crimeia passa a integrar a Federação Russa.

Ontem, houve novas manifestações pró-Rússia em várias cidades da região e também no leste da Ucrânia, como Donetsk.

Lavrov, porém, manteve a recusa em negociar diretamente com o novo governo ucraniano, que chegou ao poder após a queda do presidente Viktor Yanukovich.

Para o chanceler, "o assim chamado governo interino [da Ucrânia] não atua por vontade própria e depende, lamentavelmente, de radicais nacionalistas".

O ministro cobrou da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) uma investigação sobre os violentos protestos na capital ucraniana, Kiev, que levaram à destituição de Yanukovich e deixaram 82 mortos.

Moscou diz que os atiradores de elite vistos em vários pontos de Kiev, apontados como responsáveis por várias mortes podem ter sido contratados pela oposição.

O governo russo ameaçou ainda barrar inspeções de seu material nuclear, previstas em acordo com os EUA, em retaliação às sanções impostas por Washington e pelos países da União Europeia por causa da tensão na Ucrânia.

Se o acesso for impedido, Moscou estaria descumprindo uma cláusula do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), que permite a cada lado fazer 18 inspeções in loco por ano no outro país.

Ontem, observadores da OSCE disseram ter sido recebidos com tiros de advertência, para o alto, quando tentavam entrar na Crimeia.

Os disparos teriam partido de soldados em um posto de fronteira. Não há relato de feridos. A missão da OSCE tenta entrar na Crimeia desde quinta-feira, após ter recebido pedido de Kiev para verificar se há tropas russas ali.

Enquanto isso, o governo ucraniano acusa a Rússia de ampliar sua presença militar na Crimeia. Barcos anfíbios russos teriam cruzado o estreito de Kerch e transportado cerca de 200 veículos militares até a base naval de Sebastopol. E um avião de patrulha ucraniano teria sido alvejado por milícias pró-Rússia. Ninguém ficou ferido.

REAÇÃO DOS EUA

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse a Lavrov ontem, por telefone, que uma anexação da Crimeia "fecharia as portas" para a diplomacia.

Da Flórida, o presidente Barack Obama telefonou para falar sobre a Ucrânia com David Cameron (Reino Unido), François Hollande (França) e Matteo Renzi (Itália), além dos líderes de Estônia, Letônia e Lituânia.


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