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EUA e Rússia fazem acordo contra violência na Ucrânia

Medidas propostas, porém, têm lacunas, e não se sabe como serão implantadas

Reforma constitucional é um dos pontos; Putin diz antes de reunião que tem 'direito' a usar força militar na Ucrânia

LEANDRO COLON DE LONDRES

Após sete horas de reunião em Genebra (Suíça), foi anunciado acordo para diminuir a violência no leste da Ucrânia, com a promessa de uma reforma constitucional. Participaram do encontro líderes de EUA, União Europeia, Rússia e Ucrânia, que divulgaram uma declaração conjunta.

Não há, porém, detalhes de como essas medidas serão implementadas, e as promessas têm lacunas que podem levar à manutenção da crise.

Entre as decisões, por exemplo, estão desarmar todos os "grupos armados ilegais" e desocupar prédios e espaços públicos controlados por ativistas. Esses militantes pró-Rússia seriam anistiados em caso de rendição e entrega das armas --exceto os que tiverem cometido crimes.

A questão é que a maioria desses grupos está mascarada e sem identificação; rendendo-se, revelariam quem são de fato. Monitores internacionais serão escalados para acompanhar a implantação das medidas, mas não ficou claro quem vai indicá-los.

O texto divulgado diz ainda que uma reforma constitucional será "inclusiva, transparente e responsável", dando chance a todas as regiões para que se manifestem. Mas não foi dito se alguma parte da reforma já será votada na eleição presidencial de 25 de maio.

O acordo sinaliza um passo para a paz, mas seu sucesso dependerá de como o governo ucraniano vai conduzir a reforma, reivindicada pela Rússia com o argumento de dar mais autonomia a algumas áreas da Ucrânia com população de origem russa.

Os líderes afirmaram ainda rejeitar "toda expressão de extremismo, racismo e intolerância religiosa, incluindo antissemitismo". O trecho foi inserido por causa de denúncias de que forças pró-Moscou estariam tentando perseguir judeus no leste da Ucrânia.

NOVA RÚSSIA

Homens armados, mascarados e não identificados têm tomado desde semana passada o controle de prédios públicos em cidades importantes do leste da Ucrânia, como Donetsk e Kramatorsk. O governo do país anunciou ontem que pelo menos três ativistas pró-Rússia morreram em confronto numa base da Guarda Nacional em Mariupol, na região de Donetsk.

O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, que representou seu país no encontro em Genebra, reafirmou que tropas oficiais russas não apoiam esses grupos, mas acusou as forças de Kiev de atacarem a população de origem russa.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse após a reunião que mais sanções serão anunciadas se a Rússia não colaborar com o acordo.

Pouco antes da reunião, o presidente Vladimir Putin afirmara que a Rússia tem o "direito de usar a força militar" na Ucrânia. Disse, porém, que espera "não ter de usar" esse direito e quer solução política a curto prazo.

Numa provocação aos ucranianos, ele se referiu à região leste do país como "Nova Rússia", nomenclatura que era adotada no século 19, durante a era dos czares.


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