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Venezuela lança plano para 'destravar' produção no país
Maduro quer 'equilibrar' abastecimento e fará inspeções a partir de sexta
Para o líder opositor Henrique Capriles, o modelo econômico do país 'fracassou' e é preciso mudá-lo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ações para incrementar a produção e combater o desabastecimento, baseadas no aumento da fiscalização sobre estabelecimentos como frigoríficos e supermercados.
A Venezuela tem atualmente a maior inflação da América Latina (cerca de 57% no ano passado) e sofre com a escassez de produtos básicos, o que, junto com os altos índices de violência, levou à realização de protestos que já deixaram ao menos 41 mortos desde fevereiro deste ano.
"Estamos buscando um ponto de equilíbrio no abastecimento de 50 produtos", disse ontem o presidente, que prometeu anunciar hoje quais são esses produtos.
Segundo Maduro, na sexta-feira começará uma "jornada nacional de inspeções" em todos os estabelecimentos do país para que se "respeitem os preços justos". Para o mandatário, há setores --ele não especificou quais-- que "acham que podem viver no parasitismo capitalista".
Segundo a agência de notícias AVN, a ação se iniciaria com a inspeção em locais de comércio de alimentos.
Anteontem à noite, Maduro dissera que a operação é "uma nova ofensiva econômica para produzir mais, melhor e destravar todos os mecanismos que impedem a produção no país". Ele acrescentou que "o abastecimento pleno em todos os níveis" é um dos pilares da medida.
Esta é a segunda fase de um plano de fiscalização, iniciado em novembro e dezembro de 2013, que fixou em 30% a margem máxima de lucro no comércio e que se concentrou em lojas de vestuário, eletrodomésticos e autopeças.
Para o opositor Henrique Capriles, "é piada" dizer que não há comida no país porque os venezuelanos estão comendo mais, como afirmou recentemente o governo.
"O modelo econômico fracassou. É preciso mudá-lo. Nenhum país da nossa América Latina o aplica", escreveu Capriles no Twitter.
Ele disse que o país espera para o dia 1º de maio um aumento nos salários que "permita lidar com a terrível inflação, cuja culpa é do governo".
Amanhã, o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, irá ao país para integrar o grupo de ministros que têm promovido reuniões entre governo e oposição moderada.