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Com mais 90 presos, Caracas reinicia diálogo
Ato na capital venezuelana terminou em confronto; oposição diz que negociações estão 'em crise' devido à repressão policial
Presidente Nicolás Maduro diz que, apesar de pressões de parte de adversários, não vai abandonar esforços
Na véspera do início de mais uma rodada de diálogo entre governo e oposição na Venezuela, uma manifestação em Caracas terminou com cerca de 90 detidos e confronto com a polícia.
Antes mesmo do tumulto, o secretário-executivo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo havia criticado a atitude do governo frente aos protestos, afirmando que a repressão policial colocava "em crise" os esforços de diálogo.
O protesto estudantil, que havia transcorrido de forma pacífica, terminou em confronto em seu ponto final, a praça Altamira, na capital. Os manifestantes queriam justamente a libertação de colegas estudantes detidos em atos anteriores.
Caracas recebe nesta quinta (15) mais uma rodada de diálogo entre os chavistas e opositores, mediado pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e pelo Vaticano.
O presidente do país, Nicolás Maduro, havia reiterado na terça (13) que não abandonaria as discussões, acusando a MUD, entre outros opositores, de querer sabotá-las.
"Há muitas pressões para destruir os níveis básicos de diálogo que temos com a oposição política. Eu não vou deixar a mesa de diálogo e espero que eles também não o façam", disse Maduro durante seu programa de rádio "Em Contato com Maduro".
Nesta quarta, a assistente da Secretaria de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, disse ter se confundido ao declarar que membros da oposição venezuelana lhe haviam pedido para retirar as sanções impostas a membros do governo do país pelos EUA.
Ela afirmou que o pedido veio de pessoas que estão fora da rodada de diálogo.
PAPEL-JORNAL
Ainda nesta quarta (14), o jornal venezuelano "El Universal" recebeu autorização do Cencoex, órgão que regulamenta a compra de dólares por empresas privadas no país, para nacionalizar as 600 toneladas de papel que havia adquirido.
A carga havia chegado em janeiro passado e se encontrava retida em um depósito no porto de destino. Com a autorização concedida, o jornal será capaz de prosseguir normalmente com sua publicação.