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Minha História Andrey Kucherenko, 36

Nos braços de Putin

Ucraniano deixa emprego e familiares para pegar em armas pela anexação da região de Donetsk à Rússia

LEANDRO COLON

Meu nome é Andrey Kucherenko, tenho 36 anos e nasci em Mariupol, uma cidade de 500 mil habitantes na região de Donetsk. Cresci na época da União Soviética, como filho de um pai russo e de uma mãe ucraniana.

Não vou votar na eleição presidencial da Ucrânia neste domingo. Por dois motivos: primeiro porque não acredito que essa votação mudará alguma coisa no país.

Segundo, porque preciso ficar cuidando do prédio em Donetsk que invadi com outros membros do grupo separatista pró-Rússia. Antes, aqui funcionava o serviço de segurança nacional ucraniano, algo como a CIA ou o FBI dos Estados Unidos.

Me integrei ao movimento separatista do leste há dois meses. Pela primeira vez, peguei em armas e estou disposto a não recuar. Antes, trabalhava em uma mina de carvão. Deixei meu emprego porque queria lutar contra o fascismo de Kiev.

Meu avô foi assassinado na Segunda Guerra por homens da facção de Stepan Bandera, um nacionalista, fascista, que defendia a Ucrânia só para ucranianos, perseguindo principalmente os russos e polacos.

Não podemos deixar que essas pessoas cheguem agora ao leste do país.

Vou ficar de prontidão, dormindo aqui no prédio e defendendo a "República Popular de Donetsk" [declarada pelos separatistas como forma de protesto contra o governo de Kiev].

Me perguntam o que acho do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Eu gosto dele e o defendo porque é o único político que entende a nossa situação. Precisamos dele.

Não quero só separar Donetsk da Ucrânia, quero nos juntar à Rússia.

Na verdade, precisamos de duas coisas: do fim do fascismo em Kiev e da união ao território russo.

Estou longe de minha mulher e dos meus dois filhos. Prefiro não falar onde eles estão neste momento, por motivos de segurança, mas tudo isso vai valer a pena.


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