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Análise

Atentados reacendem medo de comunidades judias europeias

MÁRIO CHIMANOVITCH ESPECIAL PARA A FOLHA

Com a prisão, na França, de um suspeito pelo atentado que matou no mês passado quatro cidadãos no Museu Judaico de Bruxelas, comunidades judias europeias estão alarmadas com o que acreditam ser mais um indício do recrudescimento do antissemitismo no continente, prática tradicional de grupos ultranacionalistas.

Embora o atentado tenha sido perpetrado por um francês de origem árabe, ex-combatente na Síria, líderes da comunidade acreditam que os judeus possam ser novamente vítimas de uma onda de violência provocada por elementos cujas raízes permanecem latentes e se reavivam, como ocorreu na Alemanha pré-hitlerista em consequência dos fortes índices de desemprego provocados pela recessão econômica.

Analistas norte-americanos e europeus somam suas preocupações às dos israelenses, enfatizando que o retorno de "jihadistas" da Síria para seus países de origem na Europa tende perigosamente a reascender focos terroristas aparentemente "adormecidos" em nações como França, Alemanha e Espanha, entre outros.

No começo deste ano, um oficial israelense publicou informe advertindo que o retorno dos combatentes estrangeiros era uma bomba que só poderia ser desarmada por meio da cooperação internacional e de sistemas conjuntos de segurança capazes de neutralizar o seu potencial terrorista-subversivo.

Veteranos da comunidade de inteligência de Israel estimam que existam milhares de combatentes ocidentais participando da guerra na Síria, com Reino Unido, França e Bélgica cada uma provendo centenas de jihadistas islâmicos:

"Os combatentes estrangeiros nas fileiras da Frente da Al Nusra (organização ligada à Al Qaeda) são uma ameaça potencial à segurança internacional", diz informe recente do Centro Meir Amit de Inteligência e Informação sobre o Terror.

O relatório advertia que boa parte deles retornaria a seus países de origem "para dar continuidade a suas atividades terroristas e subversivas por sua própria iniciativa ou organizados por células da Al Qaeda".

Numa entrevista publicada recentemente, o diretor do centro revelou que nada menos do que 5.000 combatentes de países árabes que compõem o coração dos grupos afiliados à rede na Síria, geralmente segunda e terceira gerações de imigrantes árabes que se estabeleceram no Ocidente, integraram-se rapidamente nos combates da guerra civil.

Boa parte deles foi treinada em menos de um mês, permanecendo pelo menos meio ano em combate antes de retornarem a seus lares no continente europeu.


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