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Análise

Julgamento de Boudou é teste de separação de Poderes no país

MICHAEL WARREN DA ASSOCIATED PRESS, EM BUENOS AIRES

A independência do Judiciário da Argentina foi colocada em teste nesta segunda (9), quando o vice-presidente do país tentou ditar termos para seu depoimento muito aguardado em um inquérito de corrupção criminal.

Amado Boudou sempre negou envolvimento no caso em questão, a despeito de amplas provas que o conectam a outros réus e que foram divulgadas em reportagens de jornais argentinos.

O governo tentou usar sua influência sobre o Judiciário para tirar o caso dos trilhos. O promotor e juiz originais foram afastados do caso, e um procurador-geral que aprovou um mandado de busca no apartamento de Boudou se viu forçado a renunciar.

Mas, enfim, chegou a hora de ele depor. O juiz Ariel Lijo rejeitou o apelo de Boudou para que seu depoimento fosse transmitido ao vivo na TV. Citou a Constituição argentina, segundo a qual todos os cidadãos são iguais perante a lei, sem abrir exceções para a realeza.

Num teste da separação dos Poderes no país, os advogados de Boudou informaram ao juiz nesta segunda que fariam um registro audiovisual do depoimento de seu cliente, de qualquer forma.

O vice deseja que seu interrogatório seja público porque não confia no juiz, e o acusa de vazar informações prejudiciais para a mídia de forma seletiva.

Mas a declaração do advogado de defesa --uma aparente violação da ordem do juiz-- pode resultar em uma série de recursos que postergariam a acusação por prazo indefinido.

Caso seja julgado e condenado por ações incompatíveis com seu posto, Boudou pode ser condenado a entre um e seis anos de prisão e a uma exclusão permanente da vida pública.


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