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Milhares acompanham enterro de jovem palestino em Jerusalém

Confrontos entre polícia e manifestantes marcam enterro de Mohammed Abu Khdeir, 16

Palestinos acreditam que jovem tenha sido morto em vingança pelo assassinato de três adolescentes judeus

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de pessoas acompanharam o enterro do palestino Mohammed Abu Khdeir, 16, nesta sexta (4), em Jerusalém Oriental. Suspeita-se que ele tenha sido morto por extremistas judeus em vingança pelo assassinato de três adolescentes israelenses.

O enterro aconteceu no bairro Shuafat, de maioria árabe, onde vivia Mohammed. A cerimônia foi realizada em meio a protestos de palestinos, e com segurança reforçada pela polícia de Israel.

Enquanto o corpo era levado envolto em uma bandeira da Palestina, jovens encapuzados cantavam sobre sangue, armas, sacrifício e luta. Crianças e idosos também prestaram homenagens.

Durante o ritual, houve enfrentamentos, com manifestantes atirando pedras e a polícia, bombas de efeito moral e balas de borracha.

Segundo médicos, ao menos 15 pessoas ficaram feridas. Não houve detenções.

Um dos motivos das queixas foi o atraso da polícia em devolver o corpo de Mohammed a sua família.

"Não quiseram nos entregar o corpo. Não quiseram que o povo palestino enterrasse o jovem como eles enterraram seus três jovens entre milhares de pessoas", disse à Efe um parente.

Mohammed, que foi morto na quarta-feira (2), foi visto pela última vez em frente à mesquita do bairro Shuafat, antes da reza da manhã.

VINGANÇA

A polícia israelense investiga o assassinato, que pode ter sido um ato de retaliação à morte dos jovens judeus Eyal Yifrah, 19, Gilad Shaar, 16, e Naftali Fraenkel, 16.

Desde que os adolescentes foram sequestrados, em 12 de junho, as buscas do Exército de Israel pelos culpados resultaram na morte de ao menos cinco palestinos, e cerca de 400 prisões.

Além da tensão em Jerusalém, seguiram as trocas de ataques entre a Faixa de Gaza e Israel, no sul.

Quatro foguetes foram atirados em direção a Israel, e o Exército israelense lançou três bombas em Gaza.

Dois palestinos foram baleados. Segundo os israelenses, eles estavam colocando explosivos na fronteira.

O Exército de Israel convocou reservistas e enviou tropas à fronteira com Gaza, nesta quinta-feira (3).

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que o Exército interromperá os ataques, caso o Hamas pare de atirar mísseis.

"Caso contrário, os ataques continuarão, e as tropas reforçadas no sul de Israel usarão a força", disse o premiê, enquanto acompanhava uma festa pelo aniversário da independência dos EUA, na casa do embaixador do país.

O representante do Hamas Mushir al-Masri disse, por sua vez, que estão sendo feitos contatos para cessar-fogo.

"Calma será respondida com calma", disse al-Masri a repórteres em Gaza, nesta sexta-feira (4).

TENSÃO

Os últimos dias estiveram entre os de maior tensão nesta década, com campanhas de ódio pedindo por vingança dos dois lados.

O enterro de Mohammed Abu Khdeir foi visto como potencialmente conflituoso, não só por envolver a morte de um jovem palestino.

A cerimônia aconteceu na primeira sexta-feira do Ramadã, mês sagrado islâmico. A data costuma ser marcada por enfrentamentos.

Em Jerusalém, muçulmanos estão insatisfeitos com as restrições de acesso à mesquita Al-Aqsa, a principal da região. As forças de segurança israelenses só permitem que entrem no local pessoas com 50 anos ou mais.


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