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Governo acusa separatistas; Putin responsabiliza Kiev

LEANDRO COLON DE LONDRES

Um Boeing-777 da Malaysia Airlines, que seguia de Amsterdã para a capital malasiana, Kuala Lumpur, caiu nesta quinta-feira (17) no leste da Ucrânia, a 50 km da fronteira com a Rússia, com 298 pessoas a bordo --283 passageiros e 15 tripulantes.

Até a conclusão desta edição, ao menos cem corpos haviam sido encontrados.

Segundo a rede de TV CNN e o jornal "New York Times", o governo americano tem evidências de que a aeronave foi derrubada por um míssil que partiu do solo. O lançamento teria sido registrado pelos EUA por meio de um radar.

O governo ucraniano afirmou ter sido um ato "terrorista" praticado por rebeldes pró-Rússia, que buscam se separar da Ucrânia.

Anton Gerashchenko, assessor do ministro do Interior da Ucrânia, disse que a aeronave fora derrubada a 10 mil metros de altitude por um míssil "Buk", lançado pelos separatistas a partir do solo.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, falou em "ato terrorista" e descartou uma ação das forças de Kiev.

O serviço ucraniano de inteligência diz ter interceptado duas ligações telefônicas de rebeldes que os incriminariam. Numa delas, um líder rebelde teria dito a um militar russo que suas forças haviam abatido um avião.

As gravações não puderam ser verificadas de forma independente.

O separatista Aleksander Borodai, um dos chefes da chamada "República Popular de Donetsk", acusou as forças ucranianas de terem derrubado o avião.

Os rebeldes argumentam que têm poder para atingir aviões no máximo a 3.000 metros de altitude --e não a 10 mil, como estava o Boeing.

Outros dois aviões, estes militares da Ucrânia, foram atingidos pelos rebeldes nos últimos dias, segundo as autoridades.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, culpou a Ucrânia. "Esta tragédia não teria ocorrido se houvesse paz naquela terra. (...) E, certamente, o Estado em cujo território isso ocorreu tem responsabilidade."

Por telefone, Putin conversou sobre a queda com o presidente dos EUA, Barack Obama. O teor não foi divulgado.

Obama também falou por telefone com Poroshenko, que aceitou a oferta de receber especialistas americanos para investigar o acidente.

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que a queda não foi um acidente, e que o avião "foi, aparentemente, derrubado --derrubado, não em um acidente, mas explodido no céu".

O episódio é a maior tragédia na fronteira entre Ucrânia e Rússia desde a eclosão da crise política e militar na região, no começo do ano.

O estopim foi a remoção de um governo pró-russo na Ucrânia, em fevereiro. Desde então, Putin anexou a península ucraniana da Crimeia e estimulou movimentos pró-Rússia no leste do país.

Até agora, a disputa era localizada e concentrada entre as forças militares ucranianas e os separatistas que defendem a independência do leste para se juntar à Rússia.

A morte de quase 300 passageiros de um voo comercial, sem qualquer ligação com conflito, deve aumentar a tensão na região e a pressão dos Estados Unidos e da União Europeia sobre o governo russo, a quem acusam de estimular as ações separatistas para desestabilizar o leste da Ucrânia.

A QUEDA

Imagens no local da queda mostravam um rastro de muita fumaça e os destroços espalhados num raio de 15 km em Gabrovo, perto de Donetsk, área sob controle dos separatistas há três meses.

Um morador da região relatou à agência Reuters ter ouvido o barulho de um avião seguido de disparos. A aeronave, então, se desfez em duas partes, disse. Jornalistas presentes ao local viram corpos intactos.

O voo MH17, que fazia diariamente a rota entre as capitais da Holanda e da Malásia, perdeu o contato pouco antes de entrar no espaço aéreo russo, às 11h15 de Brasília, segundo a Malaysia Airlines. O avião saíra de Amsterdã.

Várias empresas aéreas suspenderam voos na região. O espaço aéreo do leste da Ucrânia foi fechado.


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