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Análise

Mísseis que derrubariam avião comercial são difíceis de operar

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

É perfeitamente possível que o avião de passageiros da Malaysia Airlines tenha sido abatido por um míssil antiaéreo. Mas é difícil acreditar que tenha sido obra de rebeldes separatistas, pois se trata de equipamento sofisticado e que poucas forças "insurgentes" --a palavra da moda-- teriam condições de operar.

Se foi de fato um míssil lançado de terra, o melhor candidato é o russo 9K37 Buk, conhecido pela Otan como SA-11 Gadfly. Tem alcance mais do que suficiente para derrubar um alvo a 11 mil metros de altitude; e uma ogiva capaz de destroçar facilmente um avião comercial. Rússia e Ucrânia têm este míssil em suas forças armadas.

Chegando em velocidade supersônica, um míssil destes pode atingir qualquer parte do avião. E os pilotos podem até morrer sem ter tempo de relatar o que os atingiu.

Um avião de passageiros pode ser confundido no radar com um avião de transporte militar do mesmo tamanho. A queda poderia, neste caso, ser um "erro humano".

Mísseis antiaéreos variam em duas características básicas: o modo como são guiados até o alvo e o alcance.

Há mísseis portáteis que podem ser lançados por apenas um soldado. São guiados pelo calor (radiação infravermelha) do avião inimigo, especialmente dos motores, e seu alcance é curto --geralmente cerca de 4-5 km. É o caso do americano Stinger ou dos modelos russos da série Strela, que um homem opera com o lançador no ombro.

Já os mísseis de médio e longo alcance são guiados por radar e transportados em veículos. São empregados em "baterias" de vários veículos, e muitos precisam de radares extras e veículos geradores de energia. São, portanto, equipamento sofisticado, difícil de ser empregado por grupos guerrilheiros.

Insurgentes têm de lidar principalmente com caças-bombardeiros e helicópteros voando em altitudes médias e baixas. Para isso bastam os mísseis portáteis. O medo das autoridades sempre foi a possibilidade de um grupo terrorista empregar um míssil destes perto de um aeroporto.

Os antecessores dos atuais mísseis russos foram empregados com grande sucesso por egípcios e sírios na Guerra do Yom Kippur em 1973 contra Israel.

O 2K12 Kub (SA-6 para a Otan), antecessor do Buk, forçava os aviões israelenses a voarem baixo; e, em altitude baixas, eles eram vítimas do antigo Strela (SA-7) e de canhões antiaéreos.


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