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Análise

Queda do Boeing pode ser o ponto de virada no conflito do leste ucraniano

JIM HEINTZ DA ASSOCIATED PRESS, EM MOSCOU

A queda do avião da Malaysia Airlines é um potencial ponto de inflexão do conflito na Ucrânia --ou a repugnância internacional pela morte dos 298 pessoas forçará as partes a buscar o fim da violência ou ela vai reacender as hostilidades, com uma escalada de recriminações. Abaixo, uma avaliação das estratégias e pressões em jogo:

1) A causa - o Boeing-777 foi quase certamente abatido, mas há divergências quanto ao responsável. Autoridades ucranianas e países ocidentais em geral culpam os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia, e há especulações de que a própria Rússia possa ter disparado o míssil. Moscou, que nega apoiar os rebeldes, não atribuiu culpa diretamente a ninguém, mas dá a entender que forças ucranianas foram responsáveis.

2) Cessar-fogo - as perspectivas de uma trégua são mínimas. A ira por parte do governo também é tão forte que qualquer avanço na direção de um compromisso seria visto como ceder a forças violentas e irresponsáveis.

3) Negociações de paz - a questão básica que causou o conflito continua não resolvida. Ao assinar um acordo com a União Europeia, a Ucrânia declarou sua intenção de sair da órbita de Moscou. A validade das propostas de maior autonomia ao leste parece ter expirado.

4) O papel da Rússia - ainda que autoridades russas minimizem as sanções ocidentais a pessoas que supostamente apoiam os rebeldes, as medidas fizeram Moscou evitar novas provocações. A despeito de prometer defender as pessoas de etnia russa no país vizinho, o presidente russo, Vladimir Putin, não interveio diretamente na Ucrânia. Até mostrou interesse superficial em abrandar o conflito, instando os rebeldes a reconhecer o resultado da eleição ucraniana em maio. Putin também solicitou ao Legislativo russo que revogasse sua resolução autorizando o uso de forças russas em território ucraniano.

5) A situação no front - as forças ucranianas recuperaram cerca de metade do território que os rebeldes chegaram a controlar. Mas as duas principais cidades da região, Donetsk e Lugansk, continuam sob controle dos pró-Rússia. A estratégia vem sendo bloquear as cidades, não bombardeá-las. Mas o bloqueio pode causar fome na população ou provocar uma onda de refugiados que o resto da Ucrânia não está preparado para receber.


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