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Bombardeio atinge única usina elétrica da faixa de Gaza
Falta de energia afeta distribuição de água e piora situação humanitária; Israel intensifica ataques
Em 22 dias, conflito deixou ao menos 1.200 mortos e mais de 200 mil desabrigados no território palestino
O Exército de Israel intensificou os ataques à faixa de Gaza nesta terça (29), matando mais de cem palestinos.
Um bombardeio atingiu a única usina elétrica de Gaza, que gera dois terços da energia local. Fontes palestinas dizem que o ataque foi feito pelos israelenses, mas o Exército alega que não está claro quem foi o responsável.
O colapso da usina piorou a situação humanitária na região, que já era grave. Com a explosão, foram atingidos tanques de combustível e duas turbinas.
Antes disso, a rede elétrica já funcionava poucas horas por dia. O restante da energia local é fornecido por Israel, e a maioria das linhas responsáveis por fazer a transferência está danificada pelo conflito, que já dura 22 dias.
O diretor da usina, Rafiq Maliha, disse que o conserto pode demorar "meses ou um ano". A falta de eletricidade afeta a distribuição de água, pois as bombas precisam de energia para funcionar.
A ONU diz que a estrutura de Gaza está no limite. Mais de 200 mil pessoas estão abrigadas nas escolas e edifícios da organização. Eles deixaram suas casas após receberem avisos de ataques.
O número de palestinos mortos desde o início da operação Margem Protetora ultrapassa os 1.200-- a maioria civis, segundo autoridades locais. Do lado israelense, morreram 53 soldados e três civis.
Israel intensificou os ataques após a morte de soldados na segunda (28).
A destruição dos túneis usados pelo Hamas para guardar armamentos, esconder lideranças e realizar infiltrações em Israel é o principal objetivo da operação.
O Exército diz que precisa de cerca de uma semana para terminar a destruição das passagens subterrâneas.
TRÉGUA
Um líder do braço armado do Hamas disse, em um pronunciamento, que o conflito continuará enquanto Israel mantiver o bloqueio a Gaza.
O comunicado desmentiu a informação de que o Hamas aceitaria um cessar-fogo humanitário de 24 a 72 horas, passada à imprensa pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Israel, por sua vez, não aceita levantar o bloqueio caso os militantes de Gaza não sejam desarmados.
Nesta quarta (30), o governo israelense fará uma reunião para avaliar como seguirá a operação, que deverá ser longa, conforme já adiantou o premiê Binyamin Netanyahu. Enquanto isso, o Egito continua desenvolvendo uma proposta de cessar-fogo.