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Minoria religiosa vive desespero em fuga por montanha iraquiana

DO "NEW YORK TIMES"

Pilhas de pedras pontuam a montanha de Sinjar, no norte do Iraque, formando a paisagem desoladora: são os túmulos improvisados dos muitos --talvez centenas-- de cidadãos yazidis que foram deixados pelos sobreviventes desesperados para escapar dos extremistas sunitas que avançam sobre a região.

Os que têm mais sorte chegarão à fronteira iraquiana. A maioria fugiu levando quase nada, mediante rumores de que o Estado Islâmico (EI) se aproximava. As forças curdas tentaram ajudá-los, distribuindo água e levando-os em caminhões. Carros e maquinário agrícola também foram utilizados.

Os yazidis seguem uma religião que não é nem muçulmana nem cristã e, por isso, são tidos pelos radicais islâmicos como apóstatas --que renunciaram à religião.

Suleiman Ilyas Aslan, que fugiu com a mulher e três filhos, conta que os idosos estão fracos demais para caminhar e têm de ser carregados pelos parentes. Como a filha mais nova dele é cega, "andávamos eu e minha mulher um de casa lado, para ergue-la quando havia pedras".

O lançamento de água e comida por iraquianos e americanos alcançaram os refugiados, mas a vastidão da montanha dificulta o trabalho. Os Aslan são uma das várias famílias que nunca se beneficiaram dos carregamentos.

O clima na montanha agora é de desespero e exaustão, de acordo com os relatos dos que fogem, eles próprios vítimas de desidratação e confusão. Muitos têm os pés cheios de sangue e de bolhas.

"Não me lembro de nada", diz Ilyas Haku Namo, 64, em Dohuk. "Estávamos eu, minha primeira mulher, a segunda e três filhos. Mas, conforme avançamos rumo ao pico, meus filhos e minha primeira mulher sumiram. Não fiz nada nessa vida além de trabalhar e de manter essa família. Quero morrer."


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