Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Em aeroporto, brasileiros se queixam de falta de assistência
DE BUENOS AIRES DE SÃO PAULOEm um Aeroparque quase vazio, passageiros brasileiros reclamaram da falta de assistência pelas empresas aéreas.
A funcionária pública Rosana Gomes, 50, de João Pessoa (PB), disse que a Gol remarcou sua passagem para esta sexta (29), por outro aeroporto na Grande Buenos Aires, o de Ezeiza, onde os voos continuavam a ocorrer.
"Mas disseram que não tinham obrigação de pagar pelo transporte nem por hospedagem. Me disseram que infelizmente é assim, que o país está em greve".
A lei argentina determina que, após atrasos ou cancelamentos que resultem em espera superior a quatro horas, as empresas têm de custear hospedagem e transporte. Mesmo para passageiros brasileiros, é a lei local que vale.
Cerca de 3.600 passageiros foram prejudicados, a considerar a ocupação média dos voos internacionais (81%, de junho, da Anac) e a capacidade dos aviões da rota.
Foram cancelados ao menos 31 voos entre o Aeroparque e capitais brasileiras --19 deles da Aerolíneas Argentinas, seis da TAM e seis da Gol.
A LAN cancelou outros quatro voos entre Guarulhos e o outro aeroporto, Ezeiza.
Rosana chegou no sábado (23) com a filha, Daniele, a passeio. "Por sorte, sobraram alguns pesos e tenho como pegar um ônibus até Ezeiza".
A Gol disse que está remarcando sem cobrar taxa os voos afetados. Afirmou ainda ter tido dificuldade para dar transporte e hospedagem em razão da paralisação.
Junto com a mulher, o aposentado Nelson Naves, 72, disse que a Aerolíneas Argentinas não lhes deu nem hotel nem alimentação --só remarcou o voo. A Folha não conseguiu falar com a empresa.
CONTAS A PAGAR
Giovanna Maia, 29, dona de um bar em Brasília, também obteve da Aerolíneas a remarcação, mas não hotel, o que a obrigou a ficar na casa de uma amiga. "Tive que remarcar compromissos na sexta, tinha agendado contas a pagar. Tive que pedir para alguém pagar." (FELIPE GUTIERREZ E RICARDO GALLO)
