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Militares israelenses anunciam recusa a servir no Exército

Reservistas da inteligência escreveram uma carta apontando abusos contra palestinos

DAPHNE ROUSSEAU DA AFP, EM JERUSALÉM

Quarenta e três reservistas israelenses de uma unidade de elite da inteligência militar anunciaram que não vão servir novamente e acusaram o Exército de abusos contra os palestinos, em uma carta publicada nesta sexta-feira (12) na imprensa local.

Se confirmada a autenticidade da carta, publicada no jornal "Yedioth Ahronoth", será uma das expressões de objeção mais importantes em Israel em muito tempo.

"Nós, membros da unidade 8.200, reservistas mobilizados ou mobilizáveis, declaramos que nos recusamos a participar de ações contra os palestinos e a continuar a ser instrumentalizados para reforçar o controle militar sobre os palestinos nos territórios ocupados", escreveram os 43 militares que assinaram uma carta ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu.

"Não podemos continuar a servir a este sistema, que nega direitos fundamentais a milhões de pessoas, mantendo a consciência limpa."

A carta foi escrita antes da guerra em Gaza, travada entre julho e agosto, mas o texto final também se refere à falta de discurso sobre os civis palestinos mortos no conflito, 70% dos mais de 2.100 mortos, segundo a ONU.

Os refuseniks (termo usado para designar israelenses que se recusam a servir) denunciam a perseguição política que envolve a espionagem, os tribunais militares que impedem que os palestinos tenham acesso às provas contra eles e as ações que os colocam uns contra os outros.

O Exército negou a veracidade das acusações e disse que "não recebeu informações sobre as violações mencionadas nessa carta".

"Acredito que todos nós assinamos a carta pela mesma razão: porque não podemos mais dormir à noite", resumiu um dos 43 ao "Yedioth Ahronoth". Uma mulher fala sobre um erro que ela cometeu e que levou à morte de uma criança. Outros se revoltaram por ter de ouvir conversas íntimas de palestinos.

"Os soldados também são cidadãos e também têm opinião política. Eu preferiria que esta carta não existisse, mas está aí, e é uma coisa normal", disse Itamar Yaar, ex-vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional.


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