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'Barack me deu orgulho de usar o sobrenome', diz irmão de Obama

Meio-irmão de presidente abandonara o sobrenome devido a agressões do pai contra sua mãe

Mark Obama Ndesandjo, 49, é filho do mesmo pai de Barack Obama e de uma mãe americana, como o presidente

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

A simpatia, as brincadeiras e a boa oratória chegam a soar como resultado de muito treino de Mark Obama Ndesandjo para parecer uma versão mais jovem do meio-irmão Barack Obama.

Ligados pelo pai --também Barack Obama--, Mark, 49, como o irmão presidente, é filho de uma americana branca, Ruth Ndesandjo, e estudou nos EUA. A voz grave lembra a de Barack, e o irmão mais novo repete a entonação característica do mandatário ao falar em público sobre seu livro "An Obama's Journey" (A jornada de um Obama), lançado neste ano.

"Decidi escrever esse livro para que a minha história fosse contada por mim, e não por uma outra pessoa", disse Ndesandjo.

Segundo ele, sua história começou há 50 anos, quando seu pai conheceu Stanley Ann Duham, mãe do presidente, no Havaí, e então nasceu seu "big brother Barack", brincadeira com o conceito do "grande irmão" do livro "1984", de George Orwell.

Os pais de Ndesandjo também se conheceram nos EUA, e se mudaram para o Quênia antes de sua mãe engravidar. Foi lá que os irmãos Obama se conheceram, em 1988.

Barack apareceu de surpresa na casa de Ndesandjo e sua mãe. O pai de ambos, depois de se separar de Ruth, havia se casado uma quarta vez e morrera havia seis anos.

A passagem é narrada também no livro de Obama, "A Origem dos Meus Sonhos", mas retificada no apêndice do livro de Ndesandjo dedicado só à "revisão" do que foi dito pelo irmão.

"Não esperávamos visita naquela tarde, nem encontrar Barack. Talvez Barack estivesse usando uma licença poética ou isso não estava claro em sua memória", diz.

Na época, Obama queria saber mais sobre o pai, enquanto Ndesandjo só tentava esquecê-lo, devido às agressões contra a sua mãe. Por conta dos abusos do pai, Ndesandjo deixou de usar o sobrenome Obama. "Foi Barack que me deu orgulho novamente de meu nome", diz.

Ele encontraria novamente o irmão mais velho durante a campanha de 2008 à Presidência, no Texas. Na posse, foi convidado, com outros parentes, a fazer um tour pela Casa Branca, guiados pelo presidente.

"Ele realmente fez questão que fizéssemos parte daquele dia especial. Eu me lembro de entrarmos nos salões e ele não saber direito quais eram os salões. Em um deles, ele disse: Acho que esse é o salão vermelho', porque era tudo vermelho", disse, rindo.

Ndesandjo, que vive na China há 12 anos com a mulher, é pianista, escritor, artista plástico e mantém uma consultoria para investidores.

À Folha disse que muitos da família "se afastaram" por causa de seus livros. Este é o segundo de memórias e o segundo a falar sobre os abusos cometidos pelo pai. "Sei que há pessoas na família que não gostam desses assuntos."

Ndesandjo não se encontra com Obama desde a segunda posse, em 2013, e evita qualquer polêmica sobre o irmão. "Quando você é presidente, as coisas mudam", diz. Para ele, o irmão tem feito "muita coisa". "Mas ainda há muito a fazer", dizendo que "não fala sobre política".


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