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Premiê renuncia em meio a conflito no Iêmen
Rebeldes assinam acordo de paz, e novo nome para o cargo deve sair nos próximos dias
O primeiro-ministro do Iêmen, Mohammed Salem Basindwa, renunciou ao cargo neste domingo (21), após dias de conflitos em que xiitas rebeldes tomaram controle de prédios do governo e do Exército na capital do país, Sanaa.
O pedido de renúncia apresentado ao presidente, Abd Rabbu Mansour, acontece no mesmo dia em que foi assinado um acordo para colocar fim ao conflito armado entre rebeldes e as forças armadas.
O enviado especial da ONU, Jamal Benomar, já havia anunciado um acordo de paz entre o Ansarullah, braço armado do grupo xiita dos Houthis, e o partido Al Islah.
"Eu decidi entregar minha renúncia do governo para pavimentar o caminho para qualquer acordo entre os irmãos líderes do Ansarullah e o irmão Abd Rabbu Mansour Hadi, presidente do país", escreveu o premiê em carta.
O acordo prevê a restauração dos subsídios dados aos combustíveis, uma das principais reivindicações dos Houthis e motivo pelo qual começaram os protestos em agosto deste ano.
Além disso, exige a atribuição de um novo primeiro-ministro nos três dias após a assinatura e a formação de um novo governo em um mês.
MILÍCIAS
O pacto não estabelece, no entanto, a saída das milícias dos Houthis da capital do Iêmen. O grupo não aceitou assinar a chamada "cláusula de segurança", mas os xiitas garantiram que não têm a intenção de ficar na cidade.
Moradores de Sanaa relataram que combatentes do Ansarullah tomaram controle de diversos edifícios do governo, inclusive do gabinete do primeiro-ministro e de prédios do comando militar.
Na última sexta-feira (19), os rebeldes atacaram o prédio da televisão estatal do país, o que levou centenas de pessoas a abandonarem suas casas na região.
Os combates foram os piores em anos na capital, e este parece ser o maior desafio da transição para a democracia depois que o presidente Ali Abdullah Saleh foi forçado a deixar o cargo em 2012, durante os protestos da Primavera Árabe.