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Coreias retomam as negociações de conciliação
Encontro entre líderes dos países ocorreu durante Jogos Asiáticos
Conversas entre líderes do alto escalão são raras desde 2008; Kim Jong-un não é visto em público há um mês
Após uma reunião-surpresa neste sábado (4), líderes das duas Coreias anunciaram a retomada das conversas de conciliação entre os dois países. Novas negociações devem ser realizadas até novembro.
Representantes das partes demonstraram o desejo de que haja melhora nas relações entre os vizinhos, que, tecnicamente, ainda estão em conflito, já que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um cessar-fogo em vez de um tratado de paz.
"Os representantes falaram de diversos temas pendentes", explicou um porta-voz do governo sul-coreano.
A imprensa da Coreia do Sul especula que o Norte tenha pedido o fim das sanções impostas após o afundamento da corveta Cheonan em 2010 --ação pela qual o Sul responsabilizou o regime norte-coreano--, e também o cancelamento das manobras militares com os Estados Unidos em território sul-coreano.
O encontro foi realizado em Incheon, ao oeste de Seul. A delegação norte-coreana foi liderada por Hwang Pyong-so, considerado o número 2 do governo de Pyongyang. O grupo assistiu à cerimônia de encerramento dos Jogos Asiáticos, realizados na cidade.
Do lado sul-coreano, esteve o ministro da Unificação, Yoo Kihl-jae.
Conversas de alto nível entre os dois países são escassas desde 2008, quando Lee Myung-bak assumiu o governo da Coreia do Sul, cargo que exerceu até 2013.
A visita ocorre em meio a rumores sobre a saúde de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, que não é visto em público há um mês.
"O encontro oferece uma chance de ouro para testar as intenções norte-coreanas e a vontade do governo do Sul de começar um processo de reunificação", disse John Delury, especialista da Universidade Yonsei, em Seul.