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Vítima da doença viajou para ver formatura do filho
DA ASSOCIATED PRESSThomas Eric Duncan, 42, cresceu perto de uma colônia de leprosos na Libéria, teve de se refugiar durante os anos de guerra no país e, quando conseguiu voltar para casa, encontrou um local tomado por doenças e pobreza.
Em setembro, chegou a Dallas para realizar o sonho de encontrar parentes e ver o filho se formar no ensino médio. O menino nasceu num campo de refugiados na Costa do Marfim e foi com a mãe, ainda pequeno, para os EUA.
"O menino disse à mãe: Quero ver meu pai. Podemos ajudá-lo a vir?'. Os dois cuidaram dos procedimentos para trazê-lo ao país", disse o irmão do liberiano Wilfred Smallwood. Oliver, filho de Wilfred, está em quarentena.
Thomas tinha 18 anos quando rebeldes invadiram a Libéria a partir da Costa do Marfim, iniciando um conflito que tirou 250 mil vidas --cerca de 10% da população.
Meia-irmã de Thomas, Mai Wureh chegou aos EUA em 1989, pouco antes da invasão.
Tentou levar a família, mas o processo de refúgio foi negado. Thomas e outros parentes foram para um campo na cidade marfinense de Danane. Lá, ele conheceu Louise Troh, com quem teve o filho, Karsiah.
Quando ela conseguiu a permissão para recomeçar a vida nos EUA, levou a criança, com três anos. O visto para Thomas continuou a ser negado. Ele seguiu para um campo de refugiados em Gana.
Em 2013, dez anos após o fim da guerra civil, Thomas Duncan voltou a uma Monróvia tomada por doenças. Trabalhou como motorista. Um ano depois, iria para os EUA. Segundo um amigo, "queria casar com Louise em Dallas".
Thomas chegou ao apartamento dela no dia 20. Por nove dias, antes de ser levado ao hospital, ele dividiu o local com Louise, família e amigos.
Louise Troh declarou, nesta quarta (8), estar "lidando com a tristeza e com a raiva" e que Karsiah Duncan não conseguiu se despedir do pai.
