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Mexicanos protestam contra morte de estudantes
6 morreram e 43 estão desaparecidos após ação de policiais e traficantes
Pressionado por EUA e OEA, chanceler diz que governo se compromete a não deixar sumiço dos estudantes impune
Estudantes e ativistas protestaram nesta quarta (8) em 50 cidades do México e em seis países contra o desaparecimento de 43 alunos da Escola Rural de Ayotzinapa, em Guerrero, no sul do país.
Os estudantes, opositores ao governo regional, sumiram no dia 26 em Iguala (a 192 km da Cidade do México), onde arrecadavam fundos.
Eles foram atacados por atiradores que, segundo a Promotoria local, eram policiais e membros do Guerreros Unidos, que controla a venda de drogas no Estado.
Na ação, seis pessoas morreram, 25 ficaram feridas e os 43 alunos desaparecidos.
Na Cidade do México, familiares das vítimas se juntaram a milhares de estudantes e professores e ocuparam o Paseo de la Reforma, principal avenida da região central da cidade, no final da tarde.
Pela manhã, outros parentes, alunos de Ayotzinapa e moradores da região fecharam a estrada entre a capital e o balneário de Acapulco na cidade de Chilpancingo.
Eles pedem que o Executivo do presidente Enrique Peña Nieto e a Justiça federal façam uma investigação isenta e recuperem os jovens, além da participação de peritos estrangeiros nas apurações.
Os manifestantes desconfiam das autoridades locais devido ao suposto envolvimento do prefeito de Iguala, José Luis Abarca, com o tráfico de drogas, e do governador Ángel Aguirre, pela repressão aos protestos.
Na quarta, o Senado abriu uma comissão sobre o crime. Em resposta às críticas dos EUA, da OEA e de ONGs, o chanceler mexicano, José Antonio Meade, disse que o governo "está comprometido" a não deixar o crime impune.