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Espanha registra quarta queda consecutiva do PIB

Economia teve contração de 0,3% na comparação com o trimestre anterior

Mas deficit público começou a diminuir, vindo de 4,77% para 4,39% em relação do Produto Interno Bruto

RODRIGO RUSSO DE LONDRES

Dados divulgados ontem pelo Banco da Espanha mostram que o país, depois de aumentar impostos e implementar diversas medidas de austeridade, permanece em recessão econômica.

A economia espanhola teve contração de 0,3% de seu PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, chegando ao quinto trimestre consecutivo sem crescimento -uma recessão é definida por ao menos dois trimestres seguidos de queda do PIB.

Depois de estagnar no terceiro trimestre de 2011, a Espanha teve quedas de 0,5%, 0,3% e 0,4% do PIB nos períodos seguintes.

O novo indicador amplia o segundo mergulho do país na recessão desde o início da crise, no ano de 2008.

Na semana passada, o Reino Unido, que experimentou recessão nos dois primeiros trimestres do ano, anunciou crescimento de 1% do PIB no terceiro trimestre deste ano, muito por conta do incentivo à economia local gerada pelos Jogos Olímpicos de Londres, entre julho e agosto.

O Banco da Espanha (banco central do país) previa um recuo de 0,4% do PIB para o período. Na comparação anual, a queda da atividade econômica chegou a 1,6%, ligeiramente acima da previsão do banco central, de 1,5%.

Analistas avaliaram que a queda do PIB no terceiro trimestre não foi maior porque a população da Espanha decidiu antecipar suas compras para evitar o aumento do IVA (imposto sobre valor agregado), medida que entrou em vigor no mês de setembro.

O país chegou à marca histórica de mais de 25% de desempregados no mês de setembro -o maior índice da zona do euro-, e se comprometeu com as autoridades europeias a reduzir seu deficit orçamentário para 4,5% do PIB neste ano.

Também ontem, o Ministério da Fazenda mostrou que o deficit começou a reverter a tendência de crescimento e caiu de 4,77% do PIB em agosto para 4,39% em setembro, já dentro da meta do governo. O aumento do IVA fez com que a arrecadação do tributo subisse quase 12%.

A Espanha sofre, além do desemprego, com problemas para financiar suas contas públicas. Com a crise na zona do euro, os investidores pedem juros mais altos para comprar títulos da dívida pública do país. Essa situação faz com que o governo considere a hipótese de pedir um resgate financeiro às autoridades europeias.

Até o momento, contudo, o primeiro-ministro Mariano Rajoy tem evitado o empréstimo europeu, que viria atrelado a uma série de condicionalidades que o país precisaria cumprir -a exemplo do que ocorre com Grécia, Portugal e Irlanda, que já receberam dinheiro para evitar a quebra de suas economias.

A Espanha já foi obrigada a pedir auxílio financeiro às autoridades europeias para recapitalizar seu setor bancário, fragilizado por conta da bolha do setor imobiliário e do alto índice de inadimplência nos empréstimos no país. Embora € 100 bilhões tenham sido oferecidos pela União Europeia ao governo espanhol, o país prefere tomar emprestado apenas cerca de € 40 bilhões.

Além disso, a pressão dos investidores internacionais diminuiu depois de o Banco Central Europeu ter anunciado, em setembro, seu programa de compra de dívida de países em crise.


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