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Cristina promulga voto facultativo aos 16
Oposição combatia medida, que pode ser usada para facilitar eleição da presidente a um novo mandato em 2015
Para que ela tenha a possibilidade de continuar no poder na Argentina, é preciso mudar a Constituição
A presidente argentina, Cristina Kirchner, promulgou ontem a lei que estabelece o voto facultativo aos 16 anos. A medida passará a valer já em 2013, quando ocorrem eleições legislativas no país.
O projeto já havia sido aprovado anteontem à noite, na Câmara de Deputados, numa sessão tensa que terminou com a saída da oposição do plenário. Por conta disso, a medida obteve 131 votos a favor, apenas dois contra e uma abstenção.
A confusão começou depois que o deputado Andrés Larroque, líder do grupo juvenil La Cámpora, acusou a Frente Ampla Progressista, partido opositor de esquerda, de ser "narcossocialista", devido a acusações recentes de associação do governo de Santa Fé com o crime organizado local.
A oposição combatia duramente o voto aos 16 por considerar uma manobra política para facilitar uma provável re-reeleição de Cristina Kirchner em 2015.
Com a alteração, mais de 1,5 milhão de pessoas passam a ser habilitadas a votar. O kirchnerismo aposta em aumentar seu eleitorado integrando os membros de organizações militantes juvenis, como La Cámpora, Kolina, Juventude Peronista e outras.
Durante a sessão no Congresso, representantes desses grupos cantaram, empunharam bandeiras e ovacionaram as falas dos deputados governistas, vaiando muito os opositores.
"Hoje nos levantamos e há argentinos que têm mais direitos que ontem", disse a presidente Cristina ao anunciar a promulgação da lei.
A reeleição foi o tema de fundo das discussões no Congresso. Enquanto 28 senadores assinaram um documento comprometendo-se a não deixar passar uma proposta de alteração da Constituição para permitir um terceiro mandato de Cristina, os kirchneristas voltaram a tocar no assunto.
ALTERNÂNCIA BOBA
A deputada Diana Conti, que se diz defensora da ideia de "Cristina eterna", afirmou que a "alternância boba e obrigatória" é ridícula. "Se o principal é a alternância e para alternar você coloca alguém inepto, a democracia e o republicanismo também são prejudicados."
Para concorrer a um terceiro mandato, Cristina terá de mudar a Constituição nacional. Para isso, precisa ter o apoio de dois terços do Congresso. Hoje, mesmo com maioria na Casa, a presidente não possui esse número.
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