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Cristina vê a classe média como inimiga, diz filósofo argentino

Para Tomás Abraham, governo não ouvirá clamor do panelaço de hoje em Buenos Aires e outras cidades

Prefeito Macri diz que ato simbolizará 'mal-estar' do país; líder das Avós da Praça de Maio aponta 'sinais nazistas'

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Várias personalidades da sociedade argentina vieram a público nos últimos dias para manifestar sua posição contra ou a favor do megapanelaço planejado para ocorrer nesta noite em oposição a Cristina Kirchner.

O protesto ocorrerá no centro de Buenos Aires, nas capitais de províncias e em algumas cidades do exterior.

Enquanto o prefeito da cidade e opositor do kirchnerismo, Mauricio Macri, disse que o "8N nos representa como argentinos", o teórico Ernesto Laclau, defensor dos populismos latino-americanos, declarou: "a mobilização será a expressão de mal-estar de uma Argentina que está deixando de existir".

A manifestação desta noite está sendo convocada por anti-kirchneristas para protestar contra as políticas econômicas de Cristina, os escândalos de corrupção que envolvem líderes do governo e a falta de segurança, entre outras bandeiras.

Ontem, foi a vez de Estela de Carlotto, líder das Avós da Praça de Maio, posicionar-se contra o movimento. Disse que se preocupa com "alguns sinais nazistas que aparecem". E acrescentou: "A agressividade e a ofensa contra a pessoa da presidente é um ato totalmente antidemocrático, porque creio que deve ser respeitada uma presidente eleita pelo povo".

Em entrevista à Folha, o filósofo Tomás Abraham disse que o governo não ouvirá o clamor das ruas, porque quer manter a posição agressiva que adotou com relação ao 7D -data em que a Lei de Mídia entrará em vigor e o Clarín, grupo midiático que faz oposição a Cristina, terá de abrir mão de licenças. A presidente está pessoalmente envolvida na campanha contra o conglomerado.

TRÊS TEMPOS

Abraham identifica em três momentos a "contribuição dos Kirchner à divisão da sociedade argentina". Teria começado em 2004, com a adoção de sua política de direitos humanos, que levou a julgamento militares de diferentes escalões.

"Naquele momento, os Kirchner colocaram todos os governos democráticos, de Alfonsín a De La Rúa, ao lado da ditadura. Como se só eles estivessem fazendo o bem", avalia Abraham.

Depois, teria vindo 2008, quando um conflito com o campo fez com que o governo se inimistasse com jornais independentes.

Por último, agora em 2012, quando "a classe média, os que poupam em dólar, os que não votaram nela são vistos como inimigos".

O megapanelaço está sendo convocado por meio das redes sociais e de cartazes lambe-lambe espalhados pela cidade.

Os organizadores falam em reunir mais de 500 mil pessoas no 8N. O último grande protesto, em 13 de setembro, teve a presença de 200 mil anti-kirchneristas.


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