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G2 transição chinesa

PC inicia hoje troca de poder na China

País começa transição em meio à necessidade de mudar economia, combater corrupção e promover abertura política

Xi Jinping, atualmente vice-presidente, deve ser confirmado como novo líder máximo, em substituição a Hu Jintao

FABIANO MAISONNAVE DE PEQUIM

Sob um exagerado esquema de segurança e em meio a intensas negociações nos bastidores, o Partido Comunista da China começa hoje a primeira transição de sua cúpula em uma década, pressionado pela necessidade de mudanças na economia, de atuar contra a corrupção e de promover abertura política.

O atual vice-presidente, Xi Jinping, 59, deve ser confirmado como substituto de Hu Jintao. Apesar de já ter sido apontado como provável sucessor há cinco anos, a posição do futuro líder máximo do país em temas importantes, como reforma política, permanece um enigma.

O 18º Congresso do Partido Comunista foi precedido de um forte terremoto político em torno do ex-dirigente Bo Xilai. Uma das lideranças em ascensão, ele foi expurgado do partido em meio a escândalo que envolveu o assassinato de um empresário britânico e relatos de corrupção.

LIÇÕES PROFUNDAS

"Nosso país é uma sociedade em transição, o fenômeno da corrupção ocorre com facilidade e é uma tarefa árdua e de longo prazo para o partido", disse Cai Mingzhao, porta-voz do Congresso, em entrevista coletiva ontem.

"Os casos de Bo Xilai e Liu Zhijun ocorreram em altos níveis dentro do partido e são episódios graves de corrupção. As lições aprendidas foram extremamente profundas", completou, em referência também ao ex-ministro das Ferrovias, afastado no início de 2011.

Com relação à reestruturação política, Cai disse que é "uma parte importante" das reformas em geral e que "a democracia popular" será expandida, mas descartou o fim do monopólio do poder pelo Partido Comunista.

Na área econômica, a China luta para estancar a desaceleração mais brusca do que o esperado. O país deve crescer 7,5% em 2012, ante uma média de quase 10% nas três décadas anteriores.

Há reformas que já estão previstas no próprio Plano Quinquenal 2011-2015, lançado no ano passado e que prevê, entre outras medidas, maior incentivo ao consumo interno e a criação de mecanismos para melhorar a redistribuição de renda.

Mingzhao disse que o Congresso durará uma semana, até o dia 14. Em seguida, começa a reunião do Comitê Central, corpo formado por 365 membros nomeados pelo Congresso que indicará o novo Comitê Permanente, instância máxima chinesa.

NOMES

A expectativa é que o número de assentos no Comitê Permanente caia de 9 para 7. Apenas dois membros permanecerão: o próprio Xi, atual vice-presidente, e Li Keqiang, provável futuro premiê.

Formalmente, Xi será nomeado agora secretário-geral do partido. O novo governo só assumirá em março, durante a reunião do Congresso Nacional do Povo, o Legislativo chinês.

Parte das demais vagas do Comitê tem sido alvo de intensas negociações de bastidores. A configuração final tem sido vista como crucial para prever o ritmo das reformas políticas e econômicas, já que a China pós-Mao e pós-Deng Xiaoping [ex-líderes do partido] de hoje é governada por um colegiado.

Alguns nomes já estão praticamente confirmados. É o caso do atual vice-premiê Wang Qishan, 64, que deve cuidar de temas econômicos. Forte defensor da economia de mercado, ele esteve em Brasília neste ano, onde se reuniu com o vice-presidente Michel Temer.


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