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ELEIÇÃO AMERICANA

Voto latino põe foco em reforma imigratória

Prometida e não realizada por Barack Obama no 1º mandato, mudança legal deve ser prioridade na nova gestão

Projeto que regulariza situação de imigrantes depende de negociação com republicanos, que são contrários à medida

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Com sua reeleição amparada em boa parte pelo ascendente eleitorado latino, Barack Obama recolocou na mira uma de suas principais promessas descumpridas de 2008: a reforma imigratória, esquecida pelo presidente e rechaçada pela oposição.

A pressão das urnas, segundo analistas, é para que no segundo mandato o tema seja tratado como prioridade por ele e pelos republicanos.

"Obama deixou claro na campanha que uma reforma ampla está no topo da agenda. Mas o Congresso segue dividido, o que significa que ele terá de negociar", disse William Galston, ex-assessor da Casa Branca de Bill Clinton, à Folha.

Os latinos somaram 10% do eleitorado e perfazem 16,7% da população. Devem avançar nas duas fatias nas próximas décadas. O grupo preferiu Obama por 71% a 27% -margem oito pontos maior que a de 2008.

"Será um desafio à habilidade e à flexibilidade políticas de Obama, mas será também um desafio para o Partido Republicano amolecer sua posição", afirma Galston. "Muita gente no partido começa a ver que pagará um preço político alto e duradouro se não mudar de posição."

Ontem, enquanto os republicanos contabilizavam as razões da derrota de Mitt Romney, sinais de que a reforma receberá atenção em 2013 começaram a emergir.

"A forma como tratamos a imigração nos nocauteou, de certo modo. Temos de aprender a buscar políticas do interesse do eleitor latino", disse ao site "Politico" o senador republicano Jerry Moran.

Em seu discurso da vitória, Obama aludiu à reforma diante de uma plateia de 20 mil pessoas dominada por jovens e minorias em Chicago.

"Queremos nossos filhos vivendo [...] em um país tolerante, aberto aos sonhos de uma filha de imigrantes que estuda em nossas escolas e jura fidelidade à nossa bandeira", disse, sob palmas.

Citava o "Dream Act", projeto que pode ser traduzido como "lei dos sonhos" e legalizaria a permanência de filhos de imigrantes trazidos aos EUA na infância e formados em universidades locais.

Obama prometera, em 2008, abrir caminho para legalizar estimados 11 milhões de estrangeiros que vivem nos EUA sem autorização.

Mas não confrontou, no atual mandato, a resistência dos republicanos que, com raras exceções, se opõem a qualquer benefício aos irregulares -inclusive acesso a bolsas e educação pública a seus filhos, mesmo quando as famílias pagam impostos.

Ontem, o vice-presidente e ex-senador Joe Biden, dizendo-se animado com as possibilidades, resumiu o quadro: "Essa eleição vai acordar muitos de meus colegas republicanos que, no passado, tentaram fazer algo a respeito e não conseguiram".


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