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Israel atira contra Síria pela 1ª vez desde 73

Ataque aconteceu em resposta aos morteiros sírios que vêm atingindo as colinas do Golã nas últimas semanas

Incidente eleva temor de que guerra civil na Síria cruze fronteiras; Israel diz estar pronto para agir militarmente

Jalaa Marey/France Presse
Uma militar observa caminhão deslocando tanque de guerra de Israel nas colinas do Golã
Uma militar observa caminhão deslocando tanque de guerra de Israel nas colinas do Golã
MARCELO NINIO DE JERUSALÉM

Israel fez ontem um disparo de advertência contra a Síria, em resposta a morteiros do conflagrado país vizinho que atingiram as colinas do Golã (norte), há 45 anos sob ocupação israelense.

É a primeira vez que Israel atira contra a Síria desde a Guerra do Yom Kippur, em 1973. O incidente fortalece os temores de que a guerra civil síria cruze suas fronteiras e vire um conflito regional.

Só na última semana, três morteiros sírios atingiram o Golã, sem deixar vítimas. Um deles caiu entre duas casas. O de ontem chegou perto de uma posição do Exército.

Embora estime que os projéteis eram direcionados contra forças rebeldes e cruzaram a fronteira por engano, Israel decidiu fazer o disparo como uma advertência ao regime sírio de que não irá tolerar uma escalada no Golã.

De acordo com a imprensa local, o foguete israelense não fez vítimas do lado sírio, atingindo uma área próxima de onde foi disparado o morteiro que caiu no Golã.

Por intermédio das forças da ONU na região, o Exército israelense apresentou uma queixa e advertiu que novos disparos serão respondidos "com severidade". Não houve reação do regime sírio.

Durante uma reunião de seu gabinete, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, reforçou o alerta. "Estamos monitorando com atenção o que está ocorrendo em nossa fronteira com a Síria e estamos prontos para uma ação."

O incidente de ontem foi mais um de uma série de disparos que atingiram o Golã nas últimas semanas.

Há uma semana, um jipe israelense que patrulhava a fronteira foi atingido por balas perdidas, que não deixaram vítimas. Dois dias depois, três tanques sírios entraram na zona desmilitarizada, levando Israel a fazer uma queixa formal ao Conselho de Segurança da ONU.

O governo de Israel, por ora, não crê na tese de que o governo sírio deseja uma escalada externa para desviar a atenção da crise doméstica.

O temor israelense é que a região se transforme em "terra sem lei", a exemplo do que ocorreu na fronteira com o deserto do Sinai (sul) após a revolução no Egito.

Israel monitora a fronteira norte enquanto lida com nova escalada na divisa com a faixa de Gaza, no sul -nos últimos dois dias, dezenas de foguetes atingiram Israel, que retaliou com ataques a Gaza.

Nos últimos meses, o conflito sírio já tinha transbordado suas fronteiras com o Líbano e com a Turquia.

Em reação a foguetes que atingiram seu território, o Exército turco atacou posições na Síria. No Líbano, simpatizantes e opositores do regime sírio entraram em confrontos violentos, que deixaram vários mortos.

OPOSIÇÃO SÍRIA

Enquanto a guerra civil na Síria se aproxima de um impasse sangrento em que nenhum dos lados parece capaz de derrotar o outro, a oposição tenta se unir para obter reconhecimento da população e apoio internacional.

Após uma semana de debates acalorados, foi assinado ontem em Doha, no Qatar, acordo que cria uma entidade com todas as facções opositoras para coordenar ações políticas e as militares.

O novo grupo, batizado de Coalizão Nacional de Forças Revolucionárias, incorpora o Conselho Nacional Sírio, hoje a principal aliança opositora. Mouaz al-Khatib, um clérigo moderado de Damasco, foi eleito seu presidente.

Um quarto dos 60 membros virá de dentro da Síria.


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