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Irã investigará morte de blogueiro antirregime em prisão do país

Família diz que Sattar Beheshti morreu em decorrência de ferimentos de tortura; caso foi denunciado pela Anistia Internacional

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Num raro reconhecimento oficial de abusos cometidos por autoridades iranianas, o Parlamento da República Islâmica anunciou ontem a abertura de uma investigação sobre a recente morte de um blogueiro antirregime numa prisão ao sul de Teerã.

Segundo a família, Sattar Beheshti, que tinha 35 anos, morreu na semana passada em decorrência de ferimentos causados em sessões de tortura, durante o período em que esteve sob custódia da polícia.

Em meio a fortes críticas externas e domésticas, o vice-presidente do Parlamento iraniano, o conservador Mohammad Hasan Abutorabifard, disse que o comitê de segurança nacional e política externa conduzirá o inquérito sobre o caso.

"O resultado será comunicado aos deputados e à nação", disse Abutorabifard.

Um dos mais proeminentes deputados do país, o conservador Ahmad Tavakoli, cobrou explicações do Judiciário e questionou a repressão à liberdade de expressão.

"O que pode haver de útil em questionar um blogueiro?", disse Tavakoli. Segundo ele, o regime deveria "combater a corrupção, em vez de destratar blogueiros".

O deputado disse que o caso alimenta a propaganda anti-iraniana veiculada por países do Ocidente.

CRÍTICAS

EUA, França e União Europeia denunciaram publicamente a morte de Beheshti, que ganhou repercussão após ter sido anunciada pela ONG Anistia Internacional.

Dias antes de ser preso, Beheshti relatou em seu blog que estava sendo ameaçado pelas autoridades por postar conteúdo antirregime. Segundo parentes, a polícia o deteve no fim de outubro em sua casa, numa periferia pobre ao sul de Teerã.

Na última quarta-feira, a família foi convocada, por telefone, a "comprar um túmulo" e retirar o corpo, de acordo com o relato de parentes a sites oposicionistas.

Segundo os mesmos sites, o cadáver tinha todos os membros quebrados.

Não está claro onde Beheshti permaneceu preso, mas o corpo foi retirado na prisão de Kahrizak, conhecida por ter se tornado destino de oposicionistas que protestaram contra a controversa reeleição do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em 2009.


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