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Gaza lança foguetes sobre Tel Aviv e mata 3 em Israel

Ação é uma resposta à morte de líder militar do Hamas em ataque israelense

É a primeira vez desde a Guerra do Golfo que maior área metropolitana do país entra em alerta de bombardeio por Gaza

MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL A GAZA E KIRIAT MALACHI

No segundo dia de sua maior ofensiva militar na faixa de Gaza em quatro anos, Israel sofreu ontem a retaliação de grupos islâmicos, que lançaram dezenas de foguetes, mataram três israelenses e alvejaram a principal região metropolitana do país.

O ataque israelense, que começou na quarta com a execução do principal comandante militar do grupo islâmico Hamas em Gaza, se intensificou, atingindo cerca de 200 alvos em 24 horas.

Até a noite de ontem, o total de palestinos mortos havia chegado a 15. Entre eles, nove militantes de grupos radicais e seis civis, incluindo pelo menos três crianças.

Além de advertir que a ofensiva aérea está longe do fim, Israel ameaça expandi-la por terra. Ontem o ministro da Defesa, Ehud Barak, confirmou a convocação de 30 mil soldados da reserva.

Numa estrada do sul de Israel, a Folha acompanhou o movimento de um comboio com seis tanques a caminho de Gaza, em preparação para uma possível invasão.

O governo israelense, porém, não fala em derrubar o governo do Hamas. O objetivo declarado da ofensiva é limitado a restaurar o poder de dissuasão de seu Exército e mitigar a artilharia de Gaza.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que instruiu o Exército a fazer "ataques cirúrgicos contra a infraestrutura terrorista em Gaza", a fim de devolver a segurança às comunidades na divisa.

"O Hamas e outras organizações terroristas em Gaza tornaram impossível uma vida normal para quase 1 milhão de israelenses", disse Netanyahu, afirmando que "nenhum governo" toleraria uma situação semelhante.

Inicialmente, como esperado, a segurança dos israelenses em torno de Gaza piorou com a escalada. Dois homens e uma mulher foram mortos quando um foguete atingiu um prédio de Kiriat Malachi, pequena cidade 20 km ao norte de Gaza.

"Vivemos sob bombardeio há anos", disse à Folha o prefeito da cidade, Moti Malcha, diante do rombo aberto pelo foguete no quarto andar.

"Mesmo sofrendo a retaliação, apoiamos totalmente a operação do Exército. Espero que ela não termine até alcançar seus objetivos."

Já era quase noite quando o alarme soou na região de Tel Aviv, confirmando o temor em Israel de que grupos de Gaza iriam retaliar com foguetes de maior alcance.

É a primeira vez desde a primeira Guerra do Golfo (1991) que a maior área metropolitana do país entra em alerta de bombardeio. Dois foguetes foram disparados, um caiu numa área aberta em Rishon Lezion, perto de Tel Aviv, e o outro, no mar.

Os mísseis Fajr, de fabricação iraniana, têm alcance de 75 km, suficiente para ameaçar a capital comercial de Israel, Tel Aviv. O Exército israelense disse que os ataques destruíram dezenas de Fajr, e minimizou os disparos de ontem contra Tel Aviv.

Em Gaza, eles foram comemorados como uma vitória pelo Jihad Islâmico, o grupo que assumiu sua autoria. "Ampliamos o alcance da batalha para chegar a Tel Aviv e o que está por vir será ainda maior", disse o grupo num comunicado.

A escalada em Gaza estremece ainda mais as relações de Israel com o Egito. Hoje, o premiê egípcio, Hisham Kandil, visitará Gaza, para mostrar o apoio do governo islâmico do Cairo ao Hamas.


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