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Mesmo sob ataque, dois lados da fronteira apoiam escalada

DO ENVIADO A GAZA E KIRIAT MALACHI

Em lados opostos da fronteira entre Israel e Gaza havia ontem um sentimento e um movimento em comum: o desejo de vingança e o olhar permanente para o céu à espera do próximo ataque.

Vítimas e protagonistas da guerra de atrito que se arrasta há anos entre o Exército israelense e grupos islamitas palestinos, as populações de ambos sofrem com a escalada, mas ecoam os tambores de guerra de seus líderes.

As ruas de Gaza ontem estavam desertas, sob o impacto sombrio de bombardeios israelenses esporádicos.

O comércio fechou e o superpopuloso território palestino entrou em feriado forçado desde quarta-feira, quando um ataque aéreo israelense matou Ahmed Jabari.

Comandante militar do Hamas, Jabari era figura central do grupo. Liderou a tomada de Gaza (2007), e, desde então, consolidou seu poder -que muitas vezes se sobrepunha ao dos líderes políticos.

Centenas de pessoas acompanharam o corpo da histórica mesquita de El Amari -que, segundo a tradição bíblica, se situa no local em que ficava o templo destruído por Sansão-, até o cemitério central de Gaza.

"Jabari era um grande líder, um exemplo", disse o comerciante Ahmed, 26, a barba crescida no modelo islâmico religioso. "Fico orgulhoso que a resistência tenha conseguido dar a resposta, matando três judeus."

Numa rua perto do centro da cidade de Gaza, três buracos do tamanho de laranjas marcam o local da execução de Jabari. Ação dos mísseis israelenses que explodiram seu carro, um Kia importado da Líbia pelos túneis de Gaza.

O dono de uma loja de autopeças que fica em frente ao local disse que encontrou pedaços de Jabari até o quinto andar do prédio. Simpatizante do Hamas, Abu Ahmad, 45, não acha que a morte do líder enfraquecerá o grupo. "Temos muitos Jabaris", sorri.

No lado israelense da fronteira, habituada a viver sob a constante ameaça de foguetes, a sensação era de que é hora de dar um golpe definitivo no Hamas.

"Já deveriam ter feito isso há anos. Agora temos que ir até o fim", diz o israelense Sasson Cohen, vizinho do prédio em Kiriat Malachi onde um foguete de Gaza matou ontem três pessoas.


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