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'Competição por cargos ajuda na seleção'

DE PEQUIM

A intensa competição pelos altos cargos na China ajuda a escolher líderes talentosos, na avaliação do sinólogo Randall Peerenboom, da Universidade La Trobe (Austrália). Ele adverte, porém, que o acúmulo de poder econômico por famílias da cúpula do Partido Comunista está se transformando num poderoso obstáculo às reformas.
Peerenboom é autor do livro "China Modernizes".

Folha - A China é uma meritocracia?
Peerenboom - Não necessariamente. É um governo relativamente bem-sucedido, mas o problema de pensá-lo como meritocrático é saber que tipo de habilidades são necessárias para qual tipo de posição etc. De um modo geral, em qualquer sistema, há muitos fatores para decidir quem é selecionado.
Alguns desses fatores não são meritocráticos e têm a ver com quem você conhece, por exemplo. Mas há demasiadas pessoas competindo por relativamente poucos cargos.
Portanto, embora haja outros fatores, eles ainda podem selecionar a partir de pessoas talentosas que também têm boas conexões ou que pagam suborno para conseguir o cargo.
No final do dia, nos escalões mais altos do governo, as pessoas são muito capacitadas.

Qual é o peso dos "pequenos príncipes"?
Eles não tiveram tanto sucesso assim. Se você olhar para o número total do alto escalão chinês, a vasta maioria não são pequenos príncipes.
O problema está no lado econômico. Essas pessoas usam as conexões familiares para conseguir oligopólios em setores-chave da economia. E esses setores estão resistindo às reformas.
Este é o problema econômico crucial: o partido pode controlar os pequenos príncipes que concentraram tanta riqueza econômica que têm enorme influência sobre a formulação de políticas públicas? Está chegando o ponto em que a concentração de riqueza acaba com o processo de reforma, debilitando o sistema político.

Em termos de governança, como você compara a China com os demais Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul)?
A China tem um desempenho bem melhor do que a média. A China adotou as estratégias corretas para subir da renda baixa para a renda média e agora a questão é se eles continuarão tomando decisões acertadas.


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