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Brasil faz lobby pró-Palestina entre vizinhos

Governo tenta votos entre indecisos ou ao menos evitar que sejam contra reconhecimento palestino como Estado na ONU

País será copatrocinador da proposta, que vai à votação na Assembleia Geral, em Nova York, na próxima quinta-feira

ISABEL FLECK DE SÃO PAULO

Num esforço pelo reconhecimento da Palestina como um Estado pela ONU, o Brasil decidiu copatrocinar o pedido das autoridades do território, a ser votado na quinta-feira em Nova York, e vem fazendo campanha para garantir aprovação entre países da América Latina.

Hoje uma entidade observadora na ONU, a Palestina terá de obter a maioria absoluta dos votos na Assembleia Geral -que possui 193 países- para se tornar um Estado observador, como o Vaticano. Observadores têm direito a assento na ONU como Estado, mas não a voto.

Entre os países latino-americanos e do Caribe, a grande maioria deve votar a favor da proposta.

A dúvida está entre os que geralmente se alinham aos Estados Unidos, como Colômbia, Jamaica e Panamá.

Chile e México também ainda se mostram indecisos sobre o voto na ONU, apesar de o primeiro já ter reconhecido a Palestina como um Estado em janeiro de 2011.

O Brasil tem conversado, por meio de seu enviado especial para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto, com os países da região, tentando obter votos a favor junto aos indecisos e ao menos abstenções entre os que se opõem.

O diplomata estará em Nova York para acompanhar a votação.

Na contagem para a aprovação da proposta, as abstenções não fariam diferença diante dos votos contrários, mas o peso simbólico, neste caso, é o que conta.

Como o Brasil, mais de 50 países -entre eles Índia, África do Sul, Turquia e Argentina- serão copatrocinadores da proposta. É um gesto político mais forte do que simplesmente dar apoio.

A votação ocorre duas semanas após o início dos confrontos entre Israel e o Hamas, na faixa de Gaza, que deixaram ao menos 162 palestinos e seis israelenses mortos.

Apesar de a imagem do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, ter saído enfraquecida do episódio -já que não teve nenhum papel nas negociações pelo cessar-fogo-, palestinos têm se mostrado confiantes na aprovação.

Em outubro de 2011, a Palestina conseguiu sua primeira vitória nas Nações Unidas ao ser aprovada como membro pleno da Unesco (conferência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Obter reconhecimento como Estado pleno depende do aval do Conselho de Segurança, o que é inviável, uma vez que os EUA, aliados de Israel, vetariam a proposta.

Para os palestinos, no entanto, ser "Estado observador" traz vantagens.

A Palestina poderia, por exemplo, acusar o governo de Israel, ante o TPI (Tribunal Penal Internacional), de crimes contra um "Estado ocupado" -e não mais contra "territórios ocupados".


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