Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Europa aprova pacote de resgate de R$ 100 bi para os bancos espanhóis

Quatro instituições financeiras do país terão de se submeter a condições de austeridade estritas

Situação é resultado de crise econômica por que passa o país, que tem a maior taxa de desemprego do euro

Sergio Perez/Reuters
O professor de ciência política Juan Carlos Monedero dá aula ao ar livre durante protesto em Madri contra a austeridade
O professor de ciência política Juan Carlos Monedero dá aula ao ar livre durante protesto em Madri contra a austeridade
RODRIGO RUSSO DE LONDRES

A União Europeia aprovou ontem os planos de reestruturação de quatro instituições bancárias da Espanha que precisaram ser nacionalizadas em razão da crise. Ao todo, os bancos receberão cerca de € 37 bilhões (R$ 100 bi).

Em troca disso, terão de se submeter a estritas condições impostas pelas autoridades de defesa da concorrência do bloco de 27 países. O Bankia, um dos maiores e mais afetados pela crise, precisará demitir cerca de 6.000 pessoas e receberá € 17,96 bilhões.

Dos outros três bancos que receberão recursos, apenas dois conseguirão se manter com autonomia no mercado: o Catalunya Banc e o Novagalicia, que deverão ser vendidos no futuro.

O Banco de Valencia, que terá injeção de capital de € 4,5 bilhões, será incorporado por outra instituição, a Caixabank.

Joaquín Almunia, vice-presidente da Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia), afirmou que a aprovação dessa proposta é "um marco na aplicação do acordo entre o bloco e a Espanha)".

Ele avalia que, com a liberação dos recursos, os bancos voltarão a ser viáveis e sem necessidade de novos auxílios até 2017, quando a reestruturação termina.

Para isso, essas quatro instituições financeiras, que foram nacionalizadas para evitar que todo o setor entrasse em colapso, precisarão alterar suas estratégias de funcionamento.

Os bancos deverão se tornar menores, com redução média de 60% de seus ativos, e voltarão a atuar em suas regiões geográficas de origem. Não negociarão no mercado imobiliário, cuja bolha foi o estopim da crise no país, e suas redes de agências cairão pela metade.

Embora as autoridades em Bruxelas evitem dar cifras, o jornal "El País" estima que cerca de 10 mil pessoas perderão seus empregos nos quatro bancos, agravando ainda mais o desemprego na Espanha -o maior da zona do euro, acima dos 25%.

Quando questionado ontem sobre se a responsabilidade pelas demissões era do governo espanhol ou da União Europeia, Almunia se esquivou: "É daqueles que geriram mal as entidades".

Ainda de acordo com o plano, os bancos repassarão € 45 bilhões em ativos, majoritariamente ligados ao setor imobiliário, para a instituição financeira a ser criada pelo governo para concentrar os ativos tóxicos.

Os bancos também ficam proibidos de aquisição de outras entidades e precisam se desfazer de participação acionária em outras empresas.

A Comissão Europeia deve aprovar, antes do Natal, os planos da recapitalização dos outros bancos espanhóis que precisarão de seus recursos, mas que não foram nacionalizados.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página