Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Islamitas defendem presidente no Egito

Milhares tomaram as ruas em resposta aos protestos da semana passada contra os superpoderes do mandatário

Mursi anuncia para o dia 15 referendo sobre polêmico esboço da Constituição, aprovado 'a jato' por Assembléia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de defensores do presidente egípcio Mohamed Mursi tomaram as ruas no Egito para manifestar apoio ao esboço de nova Constituição aprovado anteontem e aos decretos que dão superpoderes ao líder islamita.

"O povo apoia a decisão do presidente!", gritavam multidões nas proximidades da Universidade do Cairo, onde mais de 100 mil se reuniram ontem. Eles seguravam cartazes com os dizeres: "Sim à estabilidade" e "Sim à lei islâmica".

Num discurso transmitido pela TV, Mursi anunciou ontem que realizará um referendo em 15 de dezembro sobre o polêmico texto, e convidou todos os egípcios a participarem da votação.

As manifestações, organizadas pela Irmandade Muçulmana, grupo ao qual o presidente está ligado, foram uma resposta aos enormes protestos contra Mursi que varreram o país semana passada.

Duzentos mil oposicionistas ocuparam a praça Tahrir, no Cairo, gritando "O povo quer a queda do regime" -um dos slogans usados contra o ex-ditador Hosni Mubarak, que caiu ano passado.

Os conflitos começaram em novembro, quando o presidente Mursi baixou decretos que lhe dão superpoderes, determinando que suas decisões não podem ser revogadas pelo Judiciário até que seja aprovada a nova Constituição. Os superpoderes levaram a oposição a temer que Mursi possa se transformar em um ditador.

Anteontem, um esboço da nova Constituição foi aprovado "a jato" pela Assembleia Constituinte, dominada por islamitas, e causou revolta entre a oposição.

A preocupação é que o esboço solidifica a "sharia", a lei islâmica, como principal fonte da Constituição, e não aborda direitos das mulheres e direitos humanos.

As duas semanas de conflito já deixaram dois mortos e centenas de feridos.

Os islamitas argumentam que os liberais, que ainda tentam costurar uma oposição coesa dois anos após o levante que derrubou Mubarak, não representam a maioria dos egípcios.

E afirmam que o esboço de Constituição foi aprovado às pressas para tentar acalmar os ânimos no país.

Originalmente, a Irmandade pretendia realizar a manifestação na praça Tahrir, onde a oposição montou dezenas de barracas desde que Mursi baixou seus decretos na semana passada.

Mas eles resolveram mudar de lugar para evitar que houvesse confrontos.

O grupo também cancelou uma manifestação na cidade de Luxor, no sul do país, depois de brigas entre oposicionistas e defensores do governo na semana passada.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página