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Disciplinada, "operação guincho" é arma do chavismo

DA ENVIADA A CARACAS

Com celular no ouvido e uma lista debaixo do braço, os militantes do PSUV, o partido chavista, são a linha de frente da "operação guincho", a arma do governo para aumentar sua votação.

Eles ligam para os potenciais eleitores, entre eles recebedores de programas sociais, oferecendo transporte gratuito para os centros de votação -até mesmo em ambulâncias ou em cadeiras de rodas.

Na Venezuela, não é crime eleitoral trasladar eleitores, como não é nos EUA, onde o voto também é facultativo.

A estratégia dura todo o dia, mas ganha força nas últimas horas de votação -especialmente quando a participação é baixa. A oposição usa mobilização semelhante, tradicional no país, mas não tem nem a organização nem o dinheiro do chavismo.

"Já consegui meus eleitores. Agora, vou fazer a tarefa dos que não fizeram. Ligar de novo, insistir. Por isso é eficiente", diz Hector Arévalos, 58, ativista comunitário e orgulhoso "chefe patrulheiro" do Petare, a maior favela de Caracas, que distribuiu cartões com crédito de celular para seus subordinados.

As "patrulhas" são os comitês de militantes responsáveis pela estratégia "1X10".Cada um tem que garantir pelo menos mais dez votos.

Tudo na estratégia usa retórica militar. As "patrulhas" respondem ao "Comando de Batalha Carabobo" -cada centro de votação tem um-, e os "patrulheiros" têm à disposição um exército de mototaxistas, carros (inclusive oficiais) e dinheiro para comprar a comida dos operadores.

O chavismo costuma despertar seus militantes às 4h, com o "toque de Diana", canção típica dos quartéis.

No Petare, um único ponto chavista contava com 16 mototáxis, oito veículos e a possibilidade de acionar "bombeiros comunitários", corpo ligado ao governo nacional, que poderiam buscar eleitores com dificuldade de locomoção usando ambulâncias e cadeiras de rodas.

Carlos Carmejo, 29, que tinha a meta de transportar em sua moto 30 pessoas ontem na zona, ria às 13h: "Já liguei para minha namorada, para minha amante, para minha tia, para os cunhados".


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