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Obama volta das férias para buscar acerto fiscal
Presidente corta descanso no Havaí para tentar evitar choque recessivo
'Abismo fiscal' seria a combinação de cortes de gastos e aumento de impostos; ocorrerá em janeiro se acordo falhar
O presidente Barack Obama decidiu voltar do recesso no Havaí antes do Réveillon para usar os últimos cinco dias de 2013 negociando um pacote que evite um choque fiscal na virada do ano.
Ampliando ainda mais a tensão, o Tesouro anunciou ontem que os EUA atingirão o teto da dívida federal dia 31, o que exige outra negociação entre o presidente e o Congresso para elevar o limite -em 2011, impasse semelhante e a hipótese de calote levaram a avaliação de risco do país a ser rebaixada.
Obama deve chegar a Washington hoje para retomar as conversas com a oposição.
Com os dois lados firmes após pequenas concessões, mercados, consumidores e o Departamento da Defesa se preparam para cortes que devem reduzir os orçamentos militar e social e empurrar o país para uma recessão.
Obama quer subir impostos para quem ganha mais de US$ 400 mil/ano (R$ 68 mil/mês) e limitar cortes sociais. Já o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, só aceita elevar a alíquota de rendas acima de US$ 1 milhão e exige reduzir benefícios.
Sem resolução, os olhares se voltam hoje para o Senado, menos polarizado.
Ontem, na volta do feriado, os principais índices da Bolsa de Valores de Nova York operavam em ligeira queda no fim da tarde (-0,19% o Dow Jones), arrastados pelo fraco desempenho do comércio varejista no Natal.
Segundo dados preliminares, 2012 deve apresentar o menor crescimento de vendas desde o auge da crise econômica, em 2008 -sinal da cautela do consumidor ante a iminência do choque fiscal.
Nos dois primeiros dias do ano que vem, expiram benefícios tributários à classe média e aos mais ricos, ao mesmo tempo que entra em vigor um gatilho de cortes imposto por lei como salvaguarda à falta de ação contra o deficit federal.
O único meio de evitar o "abismo fiscal" é aprovar um pacote até dia 31.
