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Análise
Nomeado enfrentará sucessão de obstáculos ao longo deste ano
RICHARD ADAMS DO "GUARDIAN"O cargo de secretário do Tesouro é o mais ingrato na política dos EUA. Jack Lew deve assumir a tarefa nada invejável de enfrentar a economia enfraquecida e o sistema bancário esclerosado do país.
O primeiro problema que Lew enfrentará é também o mais labiríntico: o governo americano deverá alcançar o chamado "teto da dívida", de US$ 16,4 trilhões em empréstimos permitidos pela lei atual, no final do próximo mês.
Os republicanos já prometeram arrancar concessões da Casa Branca, sob a forma de cortes nos gastos -mas o presidente Barack Obama já afirmou que não irá negociar.
Se Lew sobreviver a isso, no início de março está prevista a entrada em vigor de cortes orçamentários profundos adiados pelo acordo fechado no Congresso dos EUA na véspera do Ano-Novo.
No final do mesmo mês, as verbas para o funcionamento do governo americano chegarão ao fim, quando também se encerrar a vigência de outro acordo.
A sucessão de prazos finais fiscais explica em parte por que Obama decidiu transferir Lew de seu cargo de chefe de gabinete da Casa Branca para o de secretário do Tesouro, já que a carreira dele está repleta do tipo de experiência profissional que será necessária durante as negociações que estão por vir.
Seu domínio da complexidade dos gastos federais e da política tributária fez dele um adversário temível dos parlamentares republicanos.
Mas é provável que suas audiências de confirmação no Senado incluam uma revisão de seus três anos passados trabalhando para o Citigroup.
Um de seus papéis foi o de executivo operacional chefe da Citigroup Alternative Investments, uma unidade que esteve no cerne do desastre das hipotecas de alto risco.
Lew é uma figura de perfil baixo, judeu ortodoxo praticante, sobre quem o "New York Times" revelou certa vez: "Ele leva seu almoço de casa (um sanduíche de queijo e uma maçã) e come em sua própria mesa de trabalho".
