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Confrontos no Mali separam familiares

Barreiras militares e comunicações cortadas dificultam também o trabalho de ONGs e a atuação de jornalistas

Segundo a ONU, 380 mil pessoas fugiram dos islamitas do norte para cidades do sul ou para outros países na região

GRACILIANO ROCHA ENVIADO ESPECIAL A SOMADOUGOU (MALI)

Duas semanas antes de os franceses iniciarem a ofensiva militar no Mali, o comerciante Amadou Coré, 32, fez as malas e deixou para trás Timbuktu, sua terra natal e uma das principais cidades controladas por radicais islâmicos no norte do país.

Levou junto a mãe de 61 anos, porque não havia como obter os remédios de que ela precisa para controlar a hipertensão. Desde a semana passada, quando todas as comunicações com Timbuktu foram completamente cortadas, eles sofrem com a incerteza sobre o destino dos cinco membros da família que ficaram.

"Lá estava muito difícil porque os rebeldes aplicavam a sharia (lei islâmica), castigando qualquer um por qualquer coisa. Mas, agora, ficar aqui sem saber nada dos meus irmãos está me matando", disse Coré à Folha, por telefone, de Bamaco, a capital do país.

Milhares de famílias malinesas foram separadas pela guerra travada há 16 dias no norte desse país africano.

Pelas contas do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), 380 mil pessoas fugiram dos islamistas do norte do país desde o ano passado para cidades do sul ou para países vizinhos.

Ao menos 7.000 refugiados cruzaram para a zona controlada pelo governo desde que os ataques aéreos começaram no dia 11 de janeiro.

A ofensiva militar agravou a situação humanitária nas áreas sob domínio dos combatentes ligados à Al Qaeda.

OBSTÁCULOS

As barreiras dos militares têm dificultado o trabalho de ONGs de serviço humanitário. Apenas na quinta-feira, 14 dias após o início da ofensiva militar, a ONG Médicos Sem Fronteiras conseguiu chegar a Konna.

Situada no centro do país, essa cidade foi invadida pelos rebeldes no dia 10 e foi a primeira a ser retomada pelos franceses. A linha de isolamento imposta pelos militares também impede o trabalho da imprensa.

Como jornalistas estão sendo barrados, não é possível verificar informações sobre as zonas bombardeadas no norte sem o filtro dos militares franceses.


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