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Saída de ministros acirra crise na Tunísia

Ligados ao presidente, eles romperam com o governo islâmico do país, que vive turbulência após assassinato de político

País do norte da África é o berço da Primavera Árabe, por ter sido o primeiro a depor um ditador, há dois anos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O partido do presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, deixou ontem o governo de coalizão com o partido Al Nahda -islamita- ao retirar os três ministros que mantinha no gabinete (Emprego, Patrimônio e Assuntos das Mulheres e da Família).

A decisão do Partido Congresso para a República, sigla secular (não islâmica) e de centro-esquerda de Marzouki, agrava mais ainda a crise pela qual passa o governo do primeiro-ministro Hamadi Jebali, já debilitado após o assassinato do líder secular da oposição, Chokri Belaid, na quarta-feira da semana passada.

A situação pode provocar a queda de todo o gabinete nos próximos dias.

A morte de Belaid -o primeiro assassinato político na Túnisia em décadas- lançou o governo e o país no caos, ampliando as divisões entre o dominante partido islâmico Al Nahda e seus adversários de inclinação secular.

"Há uma semana estamos dizendo que deixaríamos o governo se os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça [os dois nas mãos de políticos do Al Nahda] não fossem modificados", disse Samir Ben Amor, membro do Partido Congresso para a República.

Ben Amor, no entanto, afirmou que a saída dos três ministros seculares "nada tem a ver" com a decisão do premiê, anunciada logo após a morte de Belaid, de formar um governo de tecnocratas.

SEM CONSULTA

Jebali foi criticado pelo seu próprio partido, o Al Nahda, por não ter consultado os correligionários sobre a nomeação de um gabinete não partidário para tentar normalizar a situação do país.

Um membro da sigla que pediu para não ser identificado disse que a Assembleia que redige uma nova Constituição deveria ter a palavra final, mas acrescentou:

"Achamos que será possível formar um governo com tecnocratas que inclua membros de partidos políticos".

A precária situação econômica, aliada a discussões sobre o papel da religião no Estado, polariza a sociedade tunisiana.

O presidente Marzouki, principal nome do Partido Congresso para a República, foi ativista dos direitos humanos durante muito tempo.

Sua ascensão à Presidência era vista como um sinal de progresso democrático da Tunísia depois de um longo período de ditadura que durou até 2011, quando o país foi o primeiro a dar inicio à chamada Primavera Árabe.

Na ocasião, protestos em massa derrubaram o ditador Zine al Abidine Ben Ali depois de permanecer por mais de duas décadas no poder.


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