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New York Times

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Artista plástico abraça legado indígena

Por CAROL KINO

HUDSON, Nova York - Em uma tarde ensolarada de maio, Jeffrey Gibson andava por seu ateliê de um lado para outro, tentando organizar quais obras de arte iriam para onde.

Abstrações geométricas luminosas, meticulosamente pintadas sobre couro de veado, estavam prestes a ser escolhidas para uma feira de arte. A interpretação de Gibson de um baú de couro cru, um utensílio tradicional de indígenas americanos, seria enviada a Nova York para uma exposição individual no Museu da Academia Nacional. Duas abstrações no estilo Delaunay em couro de alce tinham sido mandadas para um museu em Ottawa.

"Se você me dissesse cinco anos atrás que meu trabalho chegaria a isso", disse Gibson, "eu jamais teria acreditado". Hoje, com 41 anos, ele é membro do Bando de Índios Choctaw e meio-Cherokee do Mississipi. Durante anos, disse, ele resistiu ao impulso de citar a arte tradicional indígena, assim como havia rejeitado a pressão que sentiu na escola de arte para fazer trabalhos que refletissem sua chamada "identidade".

"Hoje estou finalmente no ponto em que posso me sentir à vontade para ser uma introdução à cultura indígena americana", disse.

A julgar pelo crescente número de exposições de Gibson, a autoaceitação fez muito bem ao seu trabalho. Entre várias mostras de suas obras, uma na Academia Nacional, "Said the Pigeon to the Squirrel" [Disse o pombo ao esquilo], vai até 8 de setembro.

Gibson foi criado na Coreia do Sul, na Alemanha e em várias cidades nos EUA. "Por isso, vejo a adaptação como algo normal."

Ele pensou em estudar arte indígena tradicional, mas decidiu se concentrar na arte de ateliê. Em 1992, chegou ao Instituto de Arte de Chicago, onde muitas vezes se sentiu pressionado a examinar seu legado indígena, enquanto desejava pintar como Matisse ou Warhol. Ele também estava aprendendo sobre essa herança de uma nova maneira, como pesquisador-assistente no Museu Field.

Enquanto observava os mais velhos da tribo examinando os tambores, os recipientes de parfleche [couro cru decorado], os cocares e outros objetos da coleção do Field, Gibson passou a ver a arte tradicional "como uma forma de resistência muito poderosa".

Nada mais que encontrou "parecia tão completo e plenamente formado quanto os próprios objetos", explicou. "Certamente ficou mais difícil para mim ir para o ateliê e pintar."

Mas ele pintou -principalmente paisagens expressionistas cheias de personagens da Disney e decoradas com lantejoulas e purpurina. Seu trabalho continuou em uma veia semelhante enquanto ele estudava em Londres.

Depois de voltar para os EUA, em 1999, dessa vez para Nova York e Nova Jersey, Gibson começou a pintar cenas pastorais fantásticas enfeitadas com contas de cristal e bolhas de silicone pigmentado.

Enquanto se esforçava para compreender o minimalismo, ele começou a ver ligações entre a abstração geométrica modernista e o desenho de objetos que o tinham fascinado na coleção do Museu Field.

Sua exposição em 2012 na Participant Inc. provou ser um ponto de virada. Nela, Gibson colaborou com artistas indígenas tradicionais. A mudança subjacente, segundo ele, veio de sua decisão de aceitar a ideia de fazer parte de um grupo minoritário.


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