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New York Times

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Crescem investimentos paralelos em start-ups

Por SARAH MAX

Ron Palmeri, antigo executivo do Vale do Silício, faz parte de um grupo crescente de autodenominados "construtores de empresas". Esse grupo aproveita antigos sucessos -e seu próprio capital- para comandar companhias e fundos de investimento que atuam em diversas frentes ao mesmo tempo.

"Há pessoas que são empresários 'seriais', que sabem muito sobre criar um projeto e ampliá-lo", disse Palmeri, que antes trabalhou na Minor Ventures com Halsey Minor, fundador da CNET, site de notícias sobre tecnologia. A Minor Ventures usou esse modelo para criar empresas como a GrandCentral, hoje Google Voice, e a empresa de software OpenDNS.

Em 2010, Palmeri iniciou sua própria companhia operacional, a MkII Ventures, com Allison Rhodes Messner, antes da OpenDNS. A empresa está trabalhando em quatro ideias.

O conceito -muitas vezes chamado de empreendedorismo paralelo- não é totalmente novo. Já no tempo das pontocom, havia a companhia holding CMGI, que chegou a ter um valor de mercado de mais de US$ 40 bilhões.

A novidade é o número de empresários e de investidores que seguem esse caminho, em vez de apostar suas fortunas em uma única ideia.

"O investimento de risco não nos permite explorar, somente aceitar e negar", disse Michael Jones, da Science, uma plataforma construtora em Santa Monica, na Califórnia. Ele e um antigo empresário, Peter Pham, fundaram a Science em 2011 com US$ 10 milhões de capital de risco.

A maioria desses investidores/inventores é motivada pela paixão pessoal por fundar empresas. Os empresários, muitas vezes, usam suas próprias redes de conhecimento e carteiras para financiar suas ideias.

"Eu não tenho hobbies", disse Max Levchin, cofundador e ex-diretor de tecnologia do PayPal. "Isto é o que eu faço."

Sua primeira versão desse modelo, a MRL Ventures, ajudou a iniciar a plataforma móvel de classificação de empresas Yelp e criou a Slide, serviço de compartilhamento de mídia pessoal que o Google comprou por US$ 182 milhões, mas depois fechou. Seu novo projeto, chamado Hard, Valuable, Fun, ou HVF, vai se concentrar em ideias com cronogramas mais extensos.

Os construtores de empresas dizem que oferecem o elo que faltava no ciclo de vida das start-ups e o fazem de modo mais eficaz que as incubadoras.

Hunter Walk, ex-diretor de gestão de produtos no Google, disse: "Muitas vezes, o que é necessário nas fases iniciais não é mais capital no vácuo, mas pessoas com experiência operacional que podem dar plena atenção a essas empresas".

Quando uma ideia ganha impulso, os construtores geralmente recorrem a empresas de capital de risco para financiá-la, enquanto gradualmente dão mais autonomia às equipes individuais. "É como criar crianças", disse Palmeri. "Há um ponto em que elas vão precisar de seu próprio espaço."

Essa abordagem lembra o desenvolvimento de produtos em grandes companhias como Apple ou Google, só que em menor escala. "O ciclo de empreendedorismo pode ser bastante lento, então por que não trabalhar em várias ideias ao mesmo tempo?", disse John Borthwick, executivo-chefe da Betaworks, que foi fundada no início de 2008 e se situa em Nova York (The New York Times Company é um dos seus investidores.)

Apesar de algumas grandes empresas de capital de risco terem investido em ideias "chocadas" pelos construtores de empresas, o conceito também desperta ceticismo. "É muito difícil fabricar inovação", disse Andy Rachleff, executivo-chefe da Wealthfront, empresa de assessoria financeira on-line.

Os defensores do empreendedorismo paralelo argumentam que ele melhora probabilidades. "Investidores de risco podem ver os construtores de empresas como uma enorme apólice de seguro", disse Jones. "Se algo der errado em uma das empresas de nosso portfólio, podemos rapidamente entrar em ação e fazer as coisas funcionarem."


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