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Catálogo de Picasso é relançado

Por JULIE L. BELCOVE

Staffan Ahrenberg, colecionador sueco de arte contemporânea, estava familiarizado com os lindos livros de arte da Cahiers d'Art -incluindo o famoso catálogo das obras de Pablo Picasso editado por Christian Zervos- porque os via na biblioteca do seu pai. Um dia, em 2010, passando diante da galeria da editora, em Paris, ele entrou e fez duas perguntas: "Quem é o dono da Cahiers d'Art?" e "Será que ele quer vendê-la?".

Ahrenberg, que comprou a galeria e os direitos de publicação em 2011, está agora relançando "Pablo Picasso", ou, como chamam os habitantes do mundo da arte, o "Zervos", o mais importante "catalogue raisonné" das pinturas e desenhos de Picasso.

Composto de 33 volumes e mais de 16 mil imagens, ele foi resultado de uma colaboração de quatro décadas entre Zervos e o artista. "Zervos serviu muito bem a Picasso, e Picasso foi muito grato", disse John Richardson, biógrafo de Picasso.

O preço da pré-encomenda é de US$ 15 mil pelo conjunto. Depois do lançamento da obra, em novembro, subirá para US$ 20 mil. Mas o valor, disse Ahrenberg, é "irrelevante" para o público-alvo: "Você não compra nada original de Picasso por menos de US$ 500 mil ou um par de centenas de milhares de dólares".

Segundo ele, o preço é uma pechincha em comparação a exemplares antigos, que se tornaram eles próprios itens de colecionador, habitualmente vendidos em torno de US$ 60 mil em leilões, saindo por quase US$ 200 mil quando em condições impecáveis.

Há muitos catálogos da obra de Picasso, mas os marchands tendem a falar com reverência do "Zervos", publicado entre 1932 e 1978. "É o catálogo obrigatório para Picasso", disse Larry Gagosian, cuja galeria venderá o livro. "O próprio volume das obras e sua precisão são notáveis."

"Em alguns dias, Picasso pintava quatro ou cinco pinturas -em um dia-, e tudo isso está registrado", acrescentou.

"A data real está anotada no índice. Você vê como ele trabalhou em um determinado dia, em uma determinada semana ou em um determinado período e como um estilo se transformou em outro."

A Cahiers d'Art está comercializando agressivamente o "Zervos". A Sotheby's também vai se envolver na venda do catálogo, identificando colecionadores importantes de arte internacional, especialmente os que tiverem comprado ou vendido um Picasso em leilão. O "Zervos" será, pela primeira vez, traduzido integralmente para o inglês. Fiel ao original, todas as imagens serão impressas em preto e branco.

Se a Cahiers d'Art poderá lucrar é outra questão. Ahrenberg disse que, na época em que ele adquiriu o negócio, fazia décadas que nada de novo era publicado, e o faturamento dependia em grande parte de reconstituir e vender conjuntos inteiros do catálogo de Picasso.


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