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New York Times

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Exportação impulsiona economia portuguesa

Por RAPHAEL MINDER

MOURA, Portugal - Portugal está descobrindo que ampliar as exportações é a melhor maneira de tirar sua economia da recessão.

Há 127 anos, a Herdade de Manantiz produz azeite de oliva, principalmente para o mercado interno. Porém, tendo sofrido com a crise econômica, como milhares de outras empresas tradicionais, a companhia começou a reformular suas operações e a buscar clientes fora de Portugal.

Em fevereiro, a Manantiz instalou seu primeiro sistema de irrigação, um investimento de 197 mil euros (aproximadamente R$ 595 mil), com o objetivo de quadruplicar a produção. Em maio, a companhia concluiu sua primeira venda ao exterior a uma cadeia de varejo brasileira, que comprou 504 garrafas de azeite.

Além disso, a companhia vem buscando compradores na Suécia e no Japão para seu produto -feito de azeitonas galegas e exclusivo de Portugal. "Para pequenas companhias como a nossa, é difícil mudar de direção. Mas chega um ponto em que realmente não há outra escolha", disse António Moraes de Almeida, parte da quinta geração da família que controla e opera a Manantiz.

Portugal está claramente ganhando força na exportação, passo que os economistas consideram importante não só para a recuperação portuguesa, mas também para a retomada da atividade em outras porções da Europa.

Pequenas empresas como a Manantiz não podem resolver sozinhas os problemas já antigos da economia nacional. Mas, agora que muitas das empresas do país aceitaram que o verdadeiro crescimento deve vir de fora das fronteiras portuguesas, a economia está começando a melhorar.

As autoridades portuguesas disseram, neste mês, que as exportações crescentes foram o principal motivo para que Portugal registrasse o mais forte crescimento do segundo trimestre entre os países da União Europeia. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu em 1,1% ante o trimestre anterior.

Lisboa continua a ter dificuldades de financiamento a despeito do pacote de resgate de 78 bilhões de euros negociado em 2011 com os credores internacionais. Diversos dos bancos do país podem estar sofrendo deficiências de capitalização, de acordo com analistas da Barclays Capital, em Londres.

Miguel Morale de Almeida, outro membro da família produtora de azeite de oliva, disse que a Manantiz desejava ter o sistema de irrigação instalado já antes da crise, mas não foi capaz de obter um empréstimo bancário de custo acessível. "Se um banco tivesse nos dado crédito, teríamos realizado essa revolução na irrigação dois ou três anos antes", disse.

Por fim, a Manantiz conseguiu recorrer a subsídios rurais portugueses e europeus para cobrir 40% dos custos de construção. O resto do financiamento veio de poupanças de membros da família.

O resultado foi positivo: a primeira venda de azeite de oliva da Manantiz ao Brasil obteve preço de quase US$ 26 por garrafa, quatro vezes o valor obtido em Portugal.

No geral, depois de cair cerca de 9% em 2008, no início da crise financeira, as exportações portuguesas de azeite de oliva mais que dobraram desde então, de acordo com dados da organização setorial Casa do Azeite. No ano passado, as exportações de azeite de oliva subiram em 20%. Já as exportações portuguesas, em geral, subiram 6,2% no segundo trimestre, ante o mesmo período em 2012.


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