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Modelos "esquisitas" dominam as passarelas

Por MARISA MELTZER

Há mais ou menos uma década, chegaram Gisele Bündchen e as brasileiras, com corpos de parar o trânsito, bronzeados e cabelos com mechas clareadas pelo sol. Aí aconteceu a invasão das modelos do Leste Europeu, lideradas por Natalia Vodianova, com traços etéreos e quase felinos.

Mas, ultimamente, parece que o visual mais cobiçado não está associado a uma determinada região ou tipo físico. Para se destacar como modelo, agora é preciso ter algum defeito.

"Buscamos certa característica ou traço que não estamos acostumados a ver", disse a consultora de moda Natalie Joos, 38, que seleciona modelos para campanhas da Helmut Lang.

Algumas das modelos de maior sucesso no momento têm alguma peculiaridade não convencional. No caso de Cara Delevingne, são as sobrancelhas espessas. Para Casey Legler, são os cabelos curtíssimos e os trejeitos notavelmente masculinos, como Athena Wilson e Sam Rollinson. Modelos como Othilia Simon, Egle Jezepcikaite e Kelly Mittendorf têm rostos que os franceses poderiam descrever como "jolie laide" (feiúra bonita). Lindsey Wixson, Georgia May Jagger e a novata Avery Tharp fizeram dos dentes separados a sua marca registrada.

"Elas não eram cheerleaders no colégio", disse Jason Valenta, 35, chefe dos olheiros da agência Next Models. "São meninas magrelas e esquisitas, que só se destacaram mais tarde."

As modelos são universalmente chamadas de "meninas", embora para essa nova escola, a começar por Legler, 36, a idade possa ser um trunfo. A experiência de vida também: veja o caso de Kristen McMenamy, pioneira da esquisitice, na campanha da Balenciaga ou de Sasha Pivovarova nas páginas centrais da "Vogue" de agosto.

"Quando procuro modelos, 'ser bonita' não está na minha lista", disse Jill Wenger, 36, dona da butique e do site comercial Totokaelo, de Seattle.

As belezas tradicionais estão empenhadas em se tornar mais esquisitas. Edie Campbell, modelo da Burberry, permitiu que o cabeleireiro Guido Palau cortasse seus longos cabelos louros, transformando-os em um mullet tingido de preto. Chloe Norgaard, Charlotte Free e SooJoo Park fizeram sucesso exibindo seus cabelos em tons não encontrados na natureza. Erin Wasson se cobriu de tatuagens.

Mas ainda não está claro se as modelos esquisitas estão conseguindo trabalhos importantes. "A longevidade no campo das modelos vem com grandes contratos", disse Anne Nelson, da IMG Models.

Por enquanto, o setor está apreciando a variedade.

A maquiadora Robin Black, 38, de Los Angeles, que já trabalhou com Diane von Furstenberg e Allure, disse: "Outro dia, uma menina me pediu ajuda. Disse: 'Não pareço uma modelo típica, será que eu deveria tingir meu cabelo para uma cor mais clara?'. Meu conselho foi: 'Valorize as suas diferenças o máximo que puder'".


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