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New York Times

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Bancos brasileiros buscam expansão

Por DAN HORCH

SÃO PAULO, Brasil - O errático desempenho dos mercados latino-americanos nos últimos meses está levando alguns bancos globais a se afastarem de regiões voláteis.

Mas, para executivos de bancos de investimento instalados aqui, seu mercado doméstico está em crescimento. Os bancos latino-americanos estão ávidos por ocupar o espaço vazio.

Roberto Sallouti, diretor de operações do BTG Pactual, disse que a tendência atual é semelhante à da crise financeira 2008/09, quando muitos bancos globais se afastaram da América Latina, deixando espaço para o crescimento de empresas locais.

Embora as economias latino-americanas não estejam tão robustas quanto já foram, a região gerou mais de US$ 1,6 bilhão em tarifas a bancos de investimentos no ano passado, segundo a consultoria de investimentos bancários Freeman Consulting Services, de Nova York.

A desvalorização das moedas locais em relação ao dólar barateou os investimentos estrangeiros na região, que é rica em recursos naturais e tem uma classe média crescente.

Alguns anos atrás, os bancos americanos e europeus ocidentais dominavam as taxas de administração dos investimentos, arrematando 74% a 79% do mercado entre 2002 e 2006, segundo a Freeman Consulting. Em 2007, sua participação caiu para 66% e, no ano passado, ficou em 60%.

Muitas empresas ainda preferem bancos globais. Os bancos brasileiros de investimentos vêm tentando reverter isso abrindo filiais em Londres, Nova York e várias capitais asiáticas. Mas a sua rede fora da América Latina ainda "não se compara" à dos bancos globais, segundo André Riva Gargiulo, analista do setor bancário brasileiro na filial paulistana do Grupo Bursátil Mexicano.

Por isso, muitas empresas preferem um banco global como principais operadores de ofertas maiores, mas recorrem aos bancos locais em transações voltadas para investidores da própria América Latina, segundo ele.

Apesar dessa desvantagem, dois bancos -Itaú BBA e BTG Pactual- estão fazendo incursões no sentido de deslocar os bancos globais na concorrência por transações acionárias, consultorias para fusões ou ofertas de títulos.

Desde o começo do ano, o BTG Pactual tem a maior participação nas ofertas do mercado de ações na América Latina, com US$ 2,96 bilhões, seguido de perto pelo Credit Suisse, com US$ 2,91 bilhões, e pelo Itaú BBA, com US$ 2,89 bilhões, segundo dados da Dealogic. O BTG Pactual e o Itaú BBA estão, cada vez mais, conquistando clientes em outros países. A participação dos bancos brasileiros de investimento nas tarifas arrecadadas no Chile por causa de emissões de ações e títulos subiu de zero em 2009 para 24% neste ano, segundo a Freeman. Na Colômbia, a participação dos brasileiros subiu de zero para 10% no mesmo período.

Esse negócio internacional está indo quase que integralmente para o BTG Pactual e o Itaú BBA. O BTG Pactual está crescendo por meio de aquisições. No ano passado, o banco gastou US$ 600 milhões para adquirir o Celfin Capital, banco chileno de investimento que atua no Peru e na Colômbia.

Desde 2012, o Itaú BBA e o BTG atraíram importantes executivos latino-americanos do setor de investimentos que antes estavam em empresas como Morgan Stanley e Merrill Lynch.

Embora o Brasil tenha a maior economia latino-americana, ela cresceu apenas 0,9% no ano passado. Já as economias do Chile, Colômbia e Peru têm projeção de crescimento superior a 4% neste ano. Sallouti disse que a expansão na região era "uma tendência inevitável". Mas ele acrescentou que a América Latina, cujos governos costumam proteger os mercados locais, ainda tem um longo caminho a percorrer até alcançar um sistema financeiro unificado.


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