Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

New York Times

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

EUA diminuem nas ambições no Oriente Médio

Por MARK LANDLER

WASHINGTON - Em todo os sábados de julho e agosto, Susan E. Rice, a nova assessora de segurança nacional do presidente Obama, reuniu meia dúzia de assessores em seu escritório na Casa Branca para planejar o futuro dos Estados Unidos no Oriente Médio. A revisão de políticas, uma espécie de correção no meio do percurso, colocou os EUA em um novo rumo na região mais turbulenta do mundo.

Na ONU em agosto, Obama expôs as prioridades que adotou em consequência dessa revisão: os EUA tentarão negociar um acordo nuclear com o Irã, mediar a paz entre israelenses e palestinos e atenuar o conflito na Síria.

Obama, que saudou as multidões nas ruas do Cairo em 2011 e prometeu considerar os pedidos de mudança em toda a região, deixou claro que havia limites para o que os EUA fariam para promover a democracia, seja no Bahrein, na Líbia, na Tunísia ou no Iêmen.

O objetivo do presidente, disse Rice, é evitar que os acontecimentos no Oriente Médio engulam sua agenda de política externa.

"Não podemos ser consumidos por apenas uma região, por mais importante que ela seja", disse ela.

O plano traçado naqueles finais de semanas na Casa Branca rejeita o uso da força, exceto para reagir a atos de agressão contra os EUA ou seus aliados, a interrupções no fornecimento de petróleo, a redes terroristas ou a armas de destruição em massa. De maneira reveladora, não designa a difusão da democracia como um interesse crucial.

Rice, 48, que já foi embaixadora na ONU, é uma autoconfiante pensadora de política externa e especialista em África, conhecida como uma ferrenha defensora dos direitos humanos, que aprova a intervenção militar quando necessária. Ela foi uma das pessoas que convenceram Obama a apoiar a campanha aérea da Otan na Líbia.

Os críticos dizem que a política reformulada não protegerá os EUA dos perigos do Oriente Médio. Ao recuar, dizem eles, os EUA correm o risco de ser golpeados por crises consecutivas.

"Você pode ter sua agenda, mas não pode controlar o que acontece", disse Tamara Cofman Wittes, diretora do Centro Saban para Política do Oriente Médio no Instituto Brookings. "O argumento de que não podemos fazer uma diferença decisiva, por isso não vamos tentar, é errado."

Outros analistas disseram que o governo não avaliou bem o papel do Egito. "O Egito ainda é o teste da possibilidade de uma transição política pacífica no mundo árabe", disse Richard N. Haass, que serviu no Departamento de Estado durante o governo de George W. Bush.

Rice e outras autoridades disseram que os EUA continuarão promovendo a democracia, mesmo que haja limites sobre o que pode ser feito. Nas sessões de sábado, algumas prioridades ficaram claras. A eleição de Hasan Rowhani como presidente do Irã apresenta ao Ocidente talvez a última boa oportunidade de restringir seu programa nuclear.

Mas outras metas parecem ter sido ditadas tanto por motivos pessoais quanto políticos. Depois de um debate vigoroso, o grupo decidiu fazer do processo de paz no Oriente Médio uma das principais prioridades, em parte porque o secretário de Estado John F. Kerry já havia se projetado no papel de pacificador.

Mais que qualquer coisa, a revisão de políticas foi conduzida pelo desejo de Obama de dirigir seu olhar para outro lugar, notadamente a Ásia.

O bloqueio parlamentar do governo já obrigou o presidente a cancelar uma viagem ao Sudeste Asiático -decisão que irritou especialmente Rice, que pretendia acompanhar Obama e mergulhar em uma parte do mundo na qual não tem muita experiência.

"Existe um mundo inteiro lá fora", disse Rice, "e nós temos interesses e oportunidades em todo esse mundo."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página