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New York Times

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BÉRÉNICE BEJO

Críticas entusiásticas acompanham atriz seletiva

Por ELAINE SCIOLINO

PARIS - Sobre a perda do Oscar em 2012 por seu desempenho em "O Artista", Bérénice Bejo diz que está menos decepcionada por não ter ganhado do que por não ter perdido para Meryl Streep, que ganhou na categoria de melhor atriz por "A Dama de Ferro".

Parece que Harvey Weinstein, que comprou o filme francês, decidiu que Bejo teria mais chance de levar o Oscar se a inscrevesse na categoria de atriz coadjuvante. Ele se enganou.

"O Artista" ganhou os prêmios de melhor filme, ator (Jean Dujardin) e diretor (Michel Hazanavicius, o marido de Bejo). Bejo, que interpretou uma atriz que dança sapateado e faz caretas chamada Peppy Miller, perdeu para Octavia Spencer ("Histórias Cruzadas") no lugar de coadjuvante.

"Quando recebi a indicação, eu disse: 'Isso não é justo. Não é minha categoria'", disse Bejo em um café em Paris. "Eu deveria ter dito não. Ficaria muito orgulhosa de perder para Meryl Streep como melhor atriz. Ainda hoje estou um pouco aborrecida com Harvey."

Hoje, Bejo, 37, recebe excelentes críticas por sua atuação em "O Passado", novo drama do cineasta iraniano Asghar Farhadi que será lançado mundialmente em maio.

Nele, interpreta Marie, uma farmacêutica francesa dividida entre um marido iraniano, que reluta em divorciar-se dela, e o amante com quem está ansiosa para se casar. Ele a engravidou, mas tem uma mulher que tentou o suicídio e está em coma.

Para surpresa de Bejo, ela ganhou o prêmio de melhor atriz quando o filme foi exibido no Festival de Cannes na última primavera. Ela aparentemente não tinha lido as críticas como de "The Hollywood Reporter", que destacou seu desempenho "surpreendentemente dinâmico, nada sentimental".

Bejo decidiu ainda jovem que seria atriz. Aos três anos mudou-se de Buenos Aires para Paris, quando seu pai, cineasta, e sua mãe, advogada, fugiram da "guerra suja" desfechada pela ditadura militar argentina. Seus pais eram fanáticos por cinema e enquanto ela crescia assistiu a pouca televisão, mas se saturou de filmes clássicos franceses e italianos, musicais americanos, filmes animados e de caubóis.

Depois de algumas aulas de interpretação e um ano de faculdade, aos 18 anos Bejo iniciou sua carreira, que não teve uma trajetória suave. Ela seguiu um namorado ator para Los Angeles em 1999 e morou lá por dois anos. De volta a Paris, fez pequenos papéis para séries de televisão até que aos 23 atuou em seu primeiro filme, "Meilleur Espoir Féminin". No ano seguinte, estreou no cinema americano com Heath Ledger em "Coração de Cavaleiro".

Ela se viu dormindo no sofá de sua irmã. "Eu era muito exigente", diz. "Recusei muitos papéis."

Então veio "Agente 117", sátira dirigida por Hazanavicius. Dujardin interpretou o agente secreto e Bejo era seu contato. Ela e o diretor se apaixonaram.

Mas os grandes papéis não vinham, e, por algum tempo, ela foi mãe em tempo integral. "Nunca fui a garota do momento", disse ela.

Entediada, começou a aprender sapateado. Hazanavicius criou o papel de Peppy para ela.

Quando Bejo, Hazanavicius e Dujardin foram indicados para os Oscars, fizeram um duro lobby nos Estados Unidos.

Ela teve de superar o fato de não gostar de dar autógrafos, posar para fotos nas passarelas e dar entrevistas. "Realmente foi muito trabalho", disse.

Referindo-se ao César, a versão francesa do Oscar, que ela ganhou por Peppy, disse: "Na França, você não faz nada. Ou você ganha prêmios ou não. Nos EUA, ganhar prêmios é um negócio."


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