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New York Times

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Farmacêuticas correm para evitar impostos

Empresas dos EUA compram rivais e sede no exterior

Por DAVID GELLES e CHAD BRAY

Empresas americanas da área de saúde, assim como muitas megacorporações, têm uma longa lista de reclamações, que inclui a regulamentação, a concorrência global e, acima de tudo, os impostos cobrados.

No entanto, empresas farmacêuticas e de equipamentos médicos descobriram uma maneira de se automedicar.

Ao comprar concorrentes estrangeiras menores e partir para a reincorporação no exterior -manobra chamada inversão-, empresas da área de saúde escapam do regime fiscal americano. Seus novos domicílios internacionais também facilitam o acesso a dinheiro no exterior e tornam outras inversões mais atraentes.

Uma junção de fatores faz da área de atendimento à saúde o foco da onda de inversões em meio ao universo corporativo dos Estados Unidos e preocupa reguladores em Washington.

O robusto mercado internacional para medicamentos significa que empresas da área de saúde já são empreendimentos globais. Uma profusão de empresas farmacêuticas europeias significa que há muitos alvos apropriados. E, enquanto algumas empresas da área de saúde fazem negócios de inversão, outras se sentem pressionadas a fazer o mesmo a fim de evitar taxas de impostos mais altas do que as de seus concorrentes.

"Provavelmente está havendo uma mentalidade de rebanho e, por isso, as empresas farmacêuticas temem ficar em desvantagem competitiva se não acharem um sócio estrangeiro para realizar uma fusão", disse J. Richard Harvey Jr., da Faculdade de Direito da Universidade Villanova.

Como a maioria das grandes empresas farmacêuticas já tem lucros internacionais expressivos, as inversões são especialmente atrativas. Caso tenham sede no exterior, elas não têm de pagar os altos impostos dos EUA sobre ganhos internacionais.

Recentemente, com uma quinta oferta no valor de US$ 53 bilhões (cerca de R$ 117 bi), a empresa farmacêutica AbbVie, de Chicago, obteve aprovação para comprar a irlandesa Shire, que atua no mesmo ramo. Caso se concretize, esse será o maior negócio do ano.

Conforme a proposta aceita pela diretoria da Shire, a AbbVie pagará em dinheiro e em ações equivalentes a £ 53,20 cada, ou R$ 200, pela cota na Shire. A oferta mais recente representa um bônus excelente -53% acima do preço de fechamento da Shire de £ 34,67 por ação em 2 de maio, véspera da primeira proposta.

Impulsionado pela tendência de inversão, o setor de assistência à saúde tem sido um dos mais ativos neste ano, com uma movimentação de cerca de US$ 328,8 bilhões (R$ 723,4 bi) anunciada até 10 de julho -um aumento de 207% em relação ao mesmo período no ano passado, segundo a Thomson Reuters. E esse número tem probabilidade de aumentar ainda mais até o final do ano.

A pressa para se mudar para o exterior está gerando preocupações em Washington. O Congresso e a Casa Branca estão considerando criar leis para deter temporariamente as inversões ou proibi-las de vez. Por outro lado, isso aumenta a pressão para que as empresas ajam rapidamente.


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