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New York Times

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Pequenas manufaturas voltadas para nichos surgem na região do Brooklyn

Por JOSEPH BERGER

No passado, a grande fábrica de cinco andares produzia corda trançada para o setor de construção de navios de Nova York, empregando centenas de trabalhadores. Hoje, ela já não produz corda, mas, numa virada promissora para a sobrevivência do Brooklyn como lugar onde se produzem coisas, a fábrica não sofreu o mesmo fim que muitas antigas construções industriais -a conversão em lofts residenciais.

Em vez disso, o prédio foi dividido em várias dezenas de fabriquetas, cada uma atendendo a uma clientela de nicho.

Uma delas produz objetos de madeira e metal para exposições nos museus da cidade. Outra fabrica acessórios e modelos para serem usados em anúncios publicitários.

Essa é a cara do setor manufatureiro do Brooklyn em 2012. Gigantes industriais encontraram lugares onde salários e custos de imóveis são mais baixos e onde o trânsito não é tão complicado.

Mas, invertendo a tendência, o Brooklyn vem mantendo alguns de seus espaços industriais remanescentes, reservando-os para a manufatura em pequena escala.

Para uma onda de jovens empreendedores ansiosos para produzir barras de chocolate por US$ 7 com cacau moído manualmente ou para construir móveis de alto padrão, os espaços menores são lugares ideais.

"Achamos que esse é o futuro do setor manufatureiro urbano", diz Brian T. Coleman, executivo-chefe do Greenpoint Manufacturing and Design Center, grupo sem fins lucrativos que comprou quatro prédios industriais e os converteu em lofts para empresas.

Jonathan Bowles, diretor do Centro para um Futuro Urbano, instituto de pesquisas sobre políticas públicas, disse que vê esse "renascimento da manufatura empreendedora" com otimismo.

Ele observa que empreendimentos de nicho empregam pouco, se comparados aos milhares de operários que antes trabalhavam para produtores em massa.

Mesmo assim, diz Bowles, "embora a tendência geral seja de queda de emprego no setor manufatureiro, essa queda está sendo menor no Brooklyn do que vinha sendo havia décadas".

Um exemplo perfeito da nova tendência das fábricas do Brooklyn é a Swell.

Fundada há seis anos por um empreendedor japonês, Makoto Aoki, a Swell possui muitos elementos de uma fábrica: uma serra de fita, uma serra circular elétrica, uma furadeira industrial. Mas, com apenas dois empregados, Aoki não está fabricando um produto para ser usado por centenas de milhares de pessoas.

Se a Absolut Vodka, por exemplo, quiser que sua vodca sabor laranja venha envolta numa casca de laranja em um anúncio, a Swell cria uma casca de laranja sob medida para ser fotografada.

No mesmo prédio da Swell, dois andares para baixo, fica a empresa South Side Design and Building. Fundada há seis anos, ela fabrica displays, pedestais e instalações para museus como o Asia Society e o Jewish Museum.

Numa antiga fábrica, a Twoseven cria vitrines para lojas de alto padrão como Louis Vuitton e Saks Fifth Avenue.

"É bom estar em Nova York. O designer pode vir para cá, olhar o protótipo e fazer modificações", disse Franco Götte, o artista suíço que dirige a empresa.

Mas Götte já enfrentou problemas para produzir em Nova York. Por exemplo, ele planeja comprar um filtro de US$ 7.000 para uma máquina de corte a laser que emite uma fumaça que a cidade congestionada não tolera.

Mesmo assim, é no Brooklyn que ele quer trabalhar. "As pessoas precisavam voltar a ter a possibilidade de trabalhar com as mãos", explicou. "Era algo que se tinha perdido."


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