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New York Times

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Comércio de obras de arte desloca fronteiras tradicionais

BÉATRICE DE GÉA/THE NEW YORK TIMES
Galerias e casas de leilão competem pelos trabalhos de artistas; Valdimir Restoin Roitfeld numa galeria de vendas na Sotheby´s
Galerias e casas de leilão competem pelos trabalhos de artistas; Valdimir Restoin Roitfeld numa galeria de vendas na Sotheby´s

Por CAROL VOGEL

No segundo andar da Sotheby's, em Nova York, há um espaço que poderia ser tomado por uma galeria de arte num bairro de vanguarda. Criado há um ano e chamado S2, o lugar é descrito pela casa de leilões como sua "galeria de exposição para vendas".

Recentemente, Vladimir Restoin Roitfield, 27, estava no meio da S2 explicando "Hue and Cry", a exposição de arte abstrata que organizou para o espaço. Ele estava cercado por pinturas e esculturas de nomes famosos e de jovens artistas. Os preços das obras variavam entre US$ 20 mil e US$ 500 mil. Roitfeld disse que uma dúzia delas já tinha comprador.

Para preparar a exposição, ele visitou dezenas de ateliês de artistas e teve encontros com marchands. "Nunca tive qualquer problema", respondeu quando indagado se algum dos artistas fez alguma objeção a expor seus trabalhos numa casa de leilões -o tipo de plataforma que, no passado, artistas costumavam evitar.

As convenções tradicionais que definiam o mundo das artes plásticas parecem ter evaporado. Hoje, as grandes casas de leilões Sotheby's e Christie's operam galerias de arte internas e, cada vez mais, vêm vendendo obras de arte de modo particular.

As fundações de artistas também estão seguindo novos rumos. A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais vem há anos vendendo suas obras de Warhol. O que restou foi confiado à Christie's para ser posto à venda em leilões. A Fundação Robert Rauschenberg usou um antigo armazém em Nova York para apresentar a mostra "We the People", que ficará aberta até 9 de novembro.

"Todas as fronteiras tradicionais mudaram, em todas as partes do mundo das artes", comentou o executivo-chefe da Sotheby's, William F. Ruprecht. "A mobilidade de nossos clientes é cada vez maior. Além de viajar, eles recorrem à internet."

No mundo dos museus, ser provedor de informações tornou-se uma prioridade, tanto que museus estão se tornando editores on-line. Recentemente, o Metropolitan Museum of Art, de Nova York, lançou o recurso MetPublications, com o qual usuários podem realizar buscas on-line em mais de 600 catálogos, periódicos especializados e boletins do museu, além de 140 livros esgotados.

Abaixo, algumas mudanças nas fronteiras do mundo das artes:

Vendas fora de leilões

As vendas particulares tornaram-se o negócio de maior crescimento das casas de leilões. "Até recentemente, geralmente esperávamos até algo ir a leilão", comentou Marc Porter, presidente da Christie's Américas.

A Sotheby's e a Christie's mexem há anos com o setor da venda particular de obras de arte. Recentemente, as duas casas de leilões abriram galerias particulares de vendas em suas sedes em Nova York. A Christie's pretende abrir espaços semelhantes em Londres e Hong Kong. A Sotheby's promove exposições no S2 em Los Angeles e Hong Kong.

Representantes das duas casas de leilões dizem que a área de vendas particulares é uma extensão natural de seu negócio.

Exposições em galerias comerciais

"Retrospectiva" era, até pouco tempo atrás, uma palavra associada a exposições em museus. Agora, ela vem sendo empregada também por galerias comerciais.

A exposição "Wayne Thiebaud: A Retrospective", na Acquavella Galleries, em Nova York, destaca o trabalho de um artista de 91 anos e ficará aberta até o final. Estão expostos pinturas, desenhos e gravuras dos anos 1950 até o presente. Muitos dos trabalhos são do artista e de sua família, mas há obras cedidas temporariamente por sete museus.

A exposição se assemelha a muitas outras mostras que estão sendo promovidas em Nova York e em outros centros artísticos, como Londres e Paris. Diferentemente dos museus, as galerias têm operações menores e mais ágeis.

Museus viram editoras

Catálogos de exposições costumam ser relegados ao cemitério dos livros esgotados. À medida que crescem os acervos permanentes de museus, ter informações aprofundadas e atualizadas para o público se tornou impossível, pelo menos em publicações impressas. Por isso, os museus estão virando editoras on-line.

O Metropolitan Museum of Art e outros museus estão disponibilizando na internet catálogos de edição esgotada, juntamente com materiais relacionados, como resenhas, periódicos e ilustrações.

O Los Angeles County Museum, na Califórnia, disponibiliza em seu site livros de edição esgotada.

O diretor do museu, Michael Govan, anunciou: "No próximo ano, teremos 20 mil imagens on-line em alta resolução, todas gratuitas. Qualquer pessoa poderá usá-las".


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