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New York Times

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Montadoras apostam nos EUA

Por JACK EWING

Há poucos anos, alguns economistas afirmavam que a Europa estava se "descolando" da sua longa dependência comercial em relação aos Estados Unidos e previam que o futuro do continente estava nos chamados Tigres Asiáticos. As montadoras alemãs de veículos tiveram outra opinião.

A recuperação do mercado automobilístico americano, que produziu um grande aumento nos lucros da Chrysler e da Ford no quarto trimestre, foi uma dádiva para as três grandes alemãs -a Daimler, a BMW e a Volkswagen.

A alta superior a 10% nas suas vendas nos EUA no ano passado refletiu uma elevação geral da demanda dos consumidores americanos por produtos europeus e particularmente alemães. Máquinas e veículos bem projetados, especialidades alemãs tão cobiçadas que são capazes de alcançar preços especiais, foram de longe as maiores categorias de exportações europeias para os EUA.

Ao todo, as exportações alemãs para os EUA cresceram 24% entre outubro de 2011 e outubro de 2012, um ritmo superior à alta de 18% nas exportações da zona do euro para os EUA.

As empresas alemãs estão colhendo os lucros de vários anos de compromisso com os EUA, que continuou sendo um mercado importante para elas mesmo quando o setor automobilístico global voltou seus olhos para a China.

A Volks, por exemplo, investiu US$ 4 bilhões nos EUA a partir de 2008, construindo em Chattanooga (no Tennessee) uma fábrica que desde 2011 produz o sedã Passat. "O Passat foi feito nos EUA e para os EUA", disse o executivo-chefe da Volks, Martin Winterkorn, no mês passado em Detroit.

A BMW e a Mercedes-Benz, subsidiária da Daimler, fabricam utilitários esportivos e outros veículos nos EUA desde a década de 1990 -a BMW na Carolina do Sul, e a Mercedes no Alabama.

Essa presença lhes permitiu tirar vantagem da recuperação do mercado americano.

Quase um terço dos carros da BMW vendidos nos EUA é produzido no próprio país, segundo a empresa de pesquisas LMC Automotive. A Mercedes e a Volks produzem em fábricas locais cerca de um quarto de tudo o que vendem nos EUA.

A BMW e a Mercedes também ampliaram seu apelo para o consumidor americano ao entrarem cuidadosamente em partes mais acessíveis do mercado.

O sedã mais básico da Mercedes, por exemplo, custa menos de US$ 30 mil.

Isso contribuiu para uma disparada nas vendas. As marcas Mercedes e Smart, também da Daimler, aumentaram suas vendas em mais de 15% nos EUA. As da BMW subiram 14% no ano passado, incluindo a marca Mini, e as vendas da Volks subiram 34%, incluindo os carros da marca Audi. Para a Mercedes e a Volks, foram taxas de crescimento mais expressivas do que as registradas na China.

Os bons resultados financeiros das montadoras alemãs contrastam com os de concorrentes europeus, como Renault e PSA Peugeot Citroën, que abandonaram o mercado dos EUA décadas atrás. Agora, as montadoras francesas têm poucas maneiras de contrabalançar a crise na Europa.

As montadoras alemãs beneficiam-se de uma recuperação geral do mercado de luxo nos EUA. Mas elas também estão em condições de atender à demanda por modelos mais baratos, como o BMW X3 SUV, que custa a partir US$ 39 mil.

O Passat feito no Tennessee é mais barato e mais simples do que a versão europeia. Ele ajudou a Volks a competir melhor nos EUA contra o Toyota Camry e o Honda Accord.

Em janeiro, as vendas conjuntas de marcas alemãs cresceram menos do que o total do mercado automobilístico dos EUA, que teve alta de 14%. O crescimento da Mercedes no período foi de 11%. Já a Volks e a marca Audi tiveram aumento de 7% nas vendas. BMW e Mini registraram 2%.

Apesar de tudo o que se falou da Ásia nos últimos anos, há um alívio palpável entre exportadores alemães pela retomada do crescimento no mercado americano. Para as empresas europeias, os EUA continuam sendo um mercado mais fácil de atuar do que a maioria dos países emergentes.

"Para nós, é um mercado como o da Alemanha", disse Peter Leibinger, vice-presidente da fábrica alemã Trumpf, que fornece máquinas usadas para cortar e moldar placas de metal. "Consideramos a China uma enorme oportunidade, mas vemos riscos por lá."


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